Um jogo de Christian T. Petersen para 2 a 4 jogadores, a partir dos 12 anos, com a duração de 90 minutos
Componentes
1
Tabuleiro de Jogo
4/6
Figuras de Hobbit
400 Cartas
de Perguntas
48 Fichas
de Área Especial
113 Fichas
de Recurso
1 Dado de
Recursos
1 Suporte
de Cartas
Preparação
Começa por
colocar o tabuleiro em cima da mesa. Cada jogador escolhe uma figura e coloca-a
na primeira casa (esquerda). Cada jogador recebe também uma ficha de Espada,
uma ficha de Movimento e uma Ficha de Anel. Escolhe um baralho de cartas,
embaralha-o e coloca-o no suporte de cartas. Determina o primeiro jogador
aleatoriamente e estão prontos a jogar.
Movimento
Para se
movimentarem, os jogadores têm de pagar o custo de movimento entre cada etapa
(está assinalado no tabuleiro). Depois de o pagarem, resolvem o evento dessa
etapa. Se esta tiver um olho colorido, o jogador tem de responder a uma
pergunta (verde – fácil; azul – média). Algumas áreas têm uma borda colorida,
onde o jogador retira uma ficha de área especial. Estas fichas têm eventos
próprios que têm de ser resolvidos imediatamente.
Responder a Questões
Quando o
jogador encontra uma questão, o seu adversário á direita pega na carta do topo
do baralho e mostra a sua frente ao jogador que vai responder. Conforme a
dificuldade, o jogador que irá responder pode escolher a questão (Fácil ou
Média) ou não (Difícil). Cada questão oferece recompensas de fichas ou
lançamento do dado, pelo que o jogador deve ter em conta os seus recursos antes
de escolher a questão. Conforme a dificuldade, o jogador que faz questão lê a
pergunta e três (fácil) ou quatro (média e difícil) respostas. Se o jogador
tiver sucesso, avança para a área e o seu turno continua. Se falhar, o seu
turno termina e volta para a posição onde começou o seu turno (ou
abrigo/haven).
Turnos, Descansar e Abrigos
Ao longo
do jogo, os jogadores vão avançando pelo mapa. Contudo, quando falham, têm de
voltar à casa onde começaram o seu turno, a não ser que tenham ultrapassado um
abrigo (círculos verdes). Se o jogador quiser parar para descansar (para obter
recursos ou para garantir que não retorna casas), pode optar pela opção
Repousar, onde lança dois dados de recursos, obtendo o que estiver assinalado.
Final do Jogo
O jogo
termina quando um jogador alcança Mount Doom e supera um dos desafios de final
do jogo.
Análise ao Jogo
Geral
Talvez um
dos mais “nicho” da coleção, The Lord of the Rings – Trivia Game é daqueles
jogos que precisa de um grupo específico, familiarizado não só com os filmes,
mas também com os livros da saga do Senhor dos Anéis. Encontrar esse grupo pode
não ser a tarefa mais fácil, mas em contrapartida, o jogo de tabuleiro revela-se
uma experiência divertida e longe do típico Trivial Pursuit. Embora claramente
apropriado para jogadores que conhecem o mundo de Tolkien, este jogo não
discrimina aqueles que não fazem a mínima ideia sobre quem é o Tom Bombadil e a
cor da sua casaca naquela obscura canção que ele cantou no primeiro livro.
Abrir a caixa
É curioso
como um jogo de Trivia consegue ter caixas mais compostas que muitos épicos de
estratégia cheios de figurinhas. A primeira coisa que encontramos são as
regras. Um booklet com a explicação completa e uma folha A4 com as regras
rápidas. Depois de tirarmos o simples tabuleiro, vemos um fantástico insert de
plástico, onde cada componente encaixa perfeitamente e fica tudo arrumado,
pronto para iniciar o próximo jogo. Isto é, como é claro, uma preciosidade, mas
queremos sempre que os nossos jogos sejam quase “pick up and play” e uma boa
caixa ajuda imenso. É também possível jogar os componentes (cartas e
marcadores) diretamente da caixa, caso o espaço seja pouco.
Componentes
Para além
das óbvias cartas com as questões, o jogo inclui também figuras coloridas que
representam os Hobbits, um dado com vários símbolos e uma série de marcadores
redondos e quadrados, em cartão. As cartas são de boa qualidade e a caixa traz
um organizador que facilita o seu uso em jogo. Os restantes marcadores são
simples, mas fazem o que é preciso. Dado o funcionamento do jogo, não se pede
muito mais. O tabuleiro que mostra a viagem dos Hobbits ao longo da Terra Média
é resistente e dobra-se em três, fechando-se facilmente dentro da caixa.
Aspeto/Grafismo
Embora
baseado num mundo fantástico, o jogo não apresenta grande detalhe gráfico para
além daquilo que se encontra na frente da caixa. A simbologia utilizada é, na
verdade, bastante simples de identificar, mas está longe de refletir a visão da
Terra Média e das criações de Tolkien. Mesmo o tabuleiro apresenta apenas o
mapa numa vista geográfica, com círculos coloridos que mostram cada uma das
etapas. Monótono é capaz de ser uma descrição demasiado forte, pelo que ficamos
pelo “funcional”.
Jogabilidade
Esta não
deixa de ser um jogo de trivia e isso nota-se bem, mas ao contrário dos
restantes jogos desta natureza, existe uma tentativa de o animar e dinamizar
com elementos de tabuleiro. Para efetuar uma deslocação, os jogadores têm de
fazer uso das fichas de Espada, Movimento e/ou Anel. Para se moverem para uma
nova zona, é necessário responder a questões que oferecem recompensas (mais
fichas com símbolos), mas também existem fichas de eventos em locais
específicos e é possível modificadores. Por pouco, este parecia um jogo a
sério. Substituam-se as perguntas e respostas por lançamento de dados e temos
um autêntico World of Warcraft – The Adventure Game. Ao longo do percurso, os
jogadores vão também encontrar “havens” onde podem repousar e onde ficam salvos
caso percam na resposta às questões.
Para
progredir no jogo, obviamente, é necessário responder às questões apresentadas.
Todas estas podem ser respondidas em três níveis de dificuldade. No nível
Fácil, o jogador atual escolhe uma das três perguntas (não vê a questão, mas
sim a recompensa a obter) e o jogador à sua direita lê a questão e três opções.
No modo médio, isto repete-se, mas existem 4 opções (uma está entre parêntesis)
e no modo difícil, é o jogador à direita que escolhe a pergunta que considerar
mais difícil. A dificuldade, contudo, não interessa, pois algumas perguntas são
tão obscuras que até os maiores conhecedores do lore do Senhor dos Anéis terão
dificuldade. Uma das perguntas, tal como mencionado acima, era sobre a cor da
casaca que figurava na canção de Tom Bombadil. E não, ele não aparece nos
filmes.
Por vezes
e por mais que uma vez, o jogador vai ficar sem recursos para avançar. Se isso
acontecer, pode descansar e lançar o dado, para obter, aleatoriamente, uma
série de recursos úteis. Mesmo que a sorte não o favoreça, pode sempre usar
anéis por vez dos restantes itens e pode ser que um evento traga alguma
proteção inesperada. Mesmo que o jogador seja um dos maiores conhecedores do
lore, o seu progresso poderá ser parado por eventos de zona, pelo que
dificilmente alguém irá correr o jogo de uma ponta à outra num turno.
Complexidade das Regras
É um jogo
de perguntas e respostas. Se acertarem, avançam. Se errarem, voltam para trás.
Não é propriamente física quântica. De qualquer das formas, as poucas regras
que existem são acessíveis e preparar o um jogo novo é muito fácil, mesmo com
jogadores novos. Num turno ou dois, o jogador descobre imediatamente tudo
aquilo que necessita.
Rejogabilidade
Seria de
pensar que este jogo não teria grande componente de rejogabilidade, mas tendo em
conta que este inclui quatro baralhos de 100 cartas com três perguntas cada uma,
há muita coisa para explorar.
Temática
A temática
do jogo não pode ser mais específica. É Senhor dos Anéis encontra Trivial
Pursuit com mecânicas de um jogo de aventura. Para quem adora este universo e
sublinhe-se a palavra ADORA, é sem dúvida uma ótima aquisição.
Conclusão
Como referido, este é um ótimo jogo para quem é fã e conhecedor da saga, ou até mesmo para quem goste e queira conhecer um pouco mais. O jogo é igualmente divertido quando se erra e se pergunta “quem?” e a conclusão é que só quem leu os livros é que deve saber. Contudo, lemos os livros e não fazemos ideia da cor da casaca do Tom Bombadil na tal canção.
dreamwithboardgames | |
---|---|
Christian T. Petersen, | Ted Nasmith |
Fantasy Flight Games | BoardGameGeek |