Estamos perante um jogo que utiliza a mecânica do póquer,
neste caso póquer de cartas. O Bruno Cathala já tinha utilizado esta receita no
Dice Town, neste caso com dados em vez das cartas.
Tal como no Dice Town, no Chicago Poker houve alguma
criatividade na abordagem das regras do póquer.
No Chicago Poker, temos novas regras ao nível da avaliação
das sequências criadas com as cartas, relativamente ao jogo do póquer de
cartas.
Este tipo de jogos, pode funcionar como um meio para
principiar o gosto pelo jogo do póquer, mas também valorizar a mecânica do
jogo, aplicando-a a novas realidades. Consegue-se assim satisfazer dois
públicos, os que gostam do póquer e aqueles que pretendem aprender o póquer de
uma forma mais lúdica.
Como admirador do póquer, vejo com naturalidade este tipo de
abordagem, mostrando que a mecânica do póquer pode ser uma mais-valia quando
aplicada de forma criativa em jogos de tabuleiro. Prova disso é este Chicago
Poker e o Dice Town, este último como mais sucesso, tendo direito a uma segunda
edição.
Para o objetivo do Chicago Poker, a utilização da mecânica do
póquer funciona muito bem. Não podemos dizer que seja muito criativa, mesmo com
algumas novidades existentes nas sequências que podemos criar com as cartas, na
ordenação para a obtenção da melhor sequência (mão de cartas) para ganhar um
estabelecimento.
Está original e bem conseguida a forma que os autores
encontraram para cada jogador posicionar as suas cartas em cada
estabelecimento. Cada jogador tem um espaço próprio para ir colocando as suas
cartas e assim criar a sua sequência de 5 cartas.
A conquista de um estabelecimento acontece quando há um
tiroteio, o que não é mais do que a verificação da melhor sequência de cartas
que cada jogar tem nesse estabelecimento. Nem todas as cartas são posicionadas
com a face para cima. Cada estabelecimento tem as suas regras de posicionamento
de cartas. Umas são visíveis e outras são colocadas com a face para baixo. O
que permite utilizar uma das melhores táticas do póquer, o “bluff”.
No seu turno, um jogador pode tirar cartas do baralho, antes
de posicionar cartas num estabelecimento, permitido melhorar as cartas
disponíveis para o seu objetivo de construir a melhor sequência de cartas, ou
fazer “bluff” quando coloca cartas com a face para cima.
As táticas que se utilizam no póquer de cartas, são
perfeitamente aplicáveis ao Chicago Poker. Cada estabelecimento funciona como
se de uma mesa de póquer se tratasse.
As cartas especiais que os autores adicionam ao jogo Chicago
Poker, retira a jogabilidade pura do póquer. Contudo, podemos optar por
deixá-las fora do jogo. Opção que aconselho.
Ao nível da ilustração, as cartas e os estabelecimentos estão
q.b., cumprem perfeitamente com a sua função.
O livro de regras está bem elaborado e explica bem toda a
mecânica do jogo. As peças de tiroteio, que desencadeiam a verificação das
sequências de cartas de cada estabelecimento, são miniaturas de balas,
enquadrando-se bem na funcionalidade que lhe foi atribuída.
A caixa do jogo tem divisórias individuais para cada um dos
componentes do jogo.
Para quem gosta de póquer, acredito que vai gostar desta nova
abordagem. Quem tem curiosidade em aprender a jogar póquer de cartas, tem aqui
um bom jogo para fazer a sua primeira experiência.
O Chicago Poker é um jogo interessante, dentro do estilo do
Dice Town, com as devidas distâncias. É um jogo divertido e desafiante.
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Paulo Santos | |
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Paulo Santos
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