Um jogo de Barry van der Hulst e Ron van der Hulst para 4 jogadores a
partir dos 8 anos e com a duração de 90 minutos.
O jogo de tabuleiro do Tour de France é jogado com cartas Segundo. Ao jogar uma carta Segundo, podes avançar o teu ciclista no tabuleiro. Usa as melhores táticas para deixar os teus oponentes trabalharem na frente do pelotão e ganhares velocidade com o efeito de aspiração. Guarda as tuas melhores cartas para um sprint quando achares que os teus oponentes não são capazes de responder.
O jogo de tabuleiro do Tour de France é jogado com cartas Segundo. Ao jogar uma carta Segundo, podes avançar o teu ciclista no tabuleiro. Usa as melhores táticas para deixar os teus oponentes trabalharem na frente do pelotão e ganhares velocidade com o efeito de aspiração. Guarda as tuas melhores cartas para um sprint quando achares que os teus oponentes não são capazes de responder.
OBJETIVO DO JOGO
No jogo do Tour de France, participas em etapas com equipas de três
ciclistas. A tua equipa deve tentar obter a melhor pontuação possível. A
classificação é efetuada por ciclista e por equipas. Um Tour inclui várias
etapas. O ciclista mais rápido no conjunto das etapas enverga a camisa amarela.
O vencedor do Tour é o jogador cuja equipa recebe o tempo mais rápido e ganha
mais pontos na classificação geral.
PREPARAÇÃO
Primeiro, determina o número de etapas do jogo. Vais encontrar dentro da
caixa um tabuleiro de jogo de dupla face (frente e verso). Um lado representa
um palco plano e outro um palco de montanha. Aconselhamos a começar com o
plano. O jogador que tirar a carta Segundo mais alta é o jogador inicial.
Baralhe todas as cartas Segundo e distribua 5 cartas por ciclista. Quando
tiveres jogado todas as tuas cartas, receberás 5 novas cartas Segundo por
ciclista. Designa um jogador para registar a classificação, anotando os
resultados em cada etapa.
MODO DE JOGAR
Quando as cartas tiverem sido distribuídas, o jogo pode começar!
O primeiro jogador escolhe uma das suas cartas Segundo e coloca-a na
mesa. Ele move o seu primeiro ciclista pelo número de segundos (= espaços)
correspondentes à carta Segundo jogada. Tu determinas o ritmo do teu próprio
ciclista.
O ciclista pode-se mover em linha reta ou diagonalmente, mas não de lado
(mesmo número do espaço) nem pelo lado de fora. Não podes cruzar um espaço já
ocupado.
Assim que o primeiro jogador tenha movido o seu ciclista número 1, os
outros jogadores movem o seu ciclista número 1. Assim que cada jogador tenha
movido o seu ciclista n.º1 (sentido horário), o primeiro jogador move o seu
ciclista n.º 2, em seguida, os outros jogadores movem o seu segundo ciclista, e
assim por diante até que cada jogador coloque os seus ciclistas no tabuleiro de
jogo.
Assim que todos os ciclistas estejam colocados no tabuleiro de jogo, começa
a fase dinâmica do jogo. O ciclista líder é movido primeiro, depois é o turno
do ciclista na posição 2, depois 3, depois 4, etc. até todos os ciclistas do
pelotão. Depois, começamos de novo com o (novo) líder e assim por diante.
Um dos lados do percurso é numerado, no qual os ciclistas estão
protegidos do vento e avançam mais rapidamente: é o lado prioritário. O
ciclista localizado no lado prioritário passa antes do (s) ciclista (s)
localizado (s) no espaço vizinho. Nas curvas, os números são acompanhados por
letras para facilitar o entendimento do corte dos espaços (A, B, C, etc.).
Um ciclista aproveita o fenómeno da aspiração (e o ganho de velocidade
resultante) quando está num pelotão ou diretamente atrás de outro ciclista. O
aumento de velocidade permite avançar um segundo suplementar numa etapa plana:
o ciclista avança mais um espaço do que o valor da carta jogada, se isso
permitir que ele se posicione atrás ou ao lado de outro ciclista. O ciclista da
frente não pode tirar proveito do fenómeno de aspiração, mas faz com que
beneficie dele os ciclistas que o seguem. O ganho de velocidade não é
obrigatório se não se revelar vantajoso.
FINAL DE UMA ETAPA
CÁLCULO DA PONTUAÇÃO
FINAL DE UMA ETAPA:
O ciclista que
termina mais atrás da linha final ganha o tempo mais rápido e vence a etapa.
Como calcular e registar o tempo de cada ciclista: os ciclistas que cruzam a
linha de chegada combinam o número do seu espaço final com o número total
espaços da etapa (exemplo: a etapa é de 95 espaços e o ciclista termina no
espaço -4 atrás da linha de chegada: 95-4 = 91 segundos).
Atenção! Desta
forma, os ciclistas que não cruzam a linha de chegada ainda podem ter um melhor
tempo.
SEGUNDOS DE BONIFICAÇÃO
Numa etapa, o
jogador ganha uma bonificação em segundos nos Sprints Intermédios. Estes
segundos contam no tempo final dos ciclistas na classificação. Exemplo: Se um
ciclista ganhou 4 segundos de bonificação, o seu tempo é calculado da seguinte
forma: Total de segundos da etapa - 4 segundos de bonificação - número de
espaços após a linha de chegada.
CLASSIFICAÇÃO POR PONTOS:
A classificação por
pontos é uma classificação da equipa. Os teus ciclistas podem ganhar pontos
para toda a tua equipa. Em cada etapa, além dos segundos de bonificação, podes
ganhar pontos com base na classificação dos teus ciclistas no final da etapa.
Fórmula de cálculo dos pontos: Total de pontos = 11 - posição final do ciclista
(resultado = zero se negativo) + pontos de bonificação obtidos.
CLASSIFICAÇÃO GERAL (Final):
No final da última
etapa, os jogadores calculam a classificação geral. Além de títulos honorários
para a equipa e o ciclista mais rápido, os jogadores determinam o vencedor do
Tour. Na classificação geral, todos os tempos são convertidos em pontos para
determinar o vencedor. Cálculo da classificação geral:
»Todos os pontos na
classificação de pontos;
»40 Pontos extras
para a equipa com o melhor tempo total;
»15 Pontos extras
para a equipa em 2º lugar;
»5 Pontos extras para
a equipa em 3º lugar;
»15 Pontos extras
para o ciclista que tenha o melhor tempo total (= a camisola amarela);
»10 Pontos extras
para o ciclista em 2º lugar;
»5 Pontos extras
para o ciclista em 3º lugar.
Como entusiastas do desporto em geral, e do ciclismo em particular, não
podíamos deixar de experimentar o jogo oficial do Tour de France. Quando
tivemos conhecimento da existência do jogo, tudo fizemos para obter um
exemplar. Nem o facto de o jogo estar em Francês, nos demoveu do nosso
objetivo. Graças a parceria com a Just Games, foi possível realizar o nosso
sonho.
A primeira tarefa foi traduzir as regras do jogo para
Português. Não foi fácil, uma vez que o Francês não é a nossa especialidade,
mas a nossa determinação e um bom dicionário fez que tudo chegasse a bom-porto.
Foi importante neste trabalho os conhecimentos sobre a modalidade, que
facilitou imenso a perceber e a esclarecer algumas das dúvidas que foram
surgindo no trabalho de tradução.
Ao abrir a caixa do jogo, deparamos com muitas cartas, ou não
estivéssemos perante um jogo de cartas. São cerca de 149, sendo que 112 servem
para avançar os ciclistas e 32 para determinar certos eventos que ocorrem
durante o jogo. O Tour de France tem 12 ciclistas divididos por 4 equipas, pelo
que pode ser jogado por 4 jogadores. Cada equipa tem 3 ciclistas que são
controlados por uma mão de 15 cartas (5 por ciclista), as quais são geridas no
seio da equipa, não fosse esta modalidade um desporto de equipa. Só com trabalho
de equipa é possível ter sucesso.
O tabuleiro do jogo é de dupla face. Cada um dos lados tem uma etapa
específica, etapa plana e etapa de montanha. Sendo esta última, uma etapa mais
estratégica. Os ciclistas são cartões duros de boa qualidade, cujo desenho impresso
está pintado na cor da equipa, e que se encaixa num suporte da mesma cor. È uma
opção aceitável. Contudo, daria um ambiente mais realista se a opção pelos
ciclistas tivesse sido outra, como acontece noutros jogos desta modalidade. No
entanto, a emoção continua bem presente neste Tour de France.
As cartas do jogo poderiam ser de melhor qualidade, pelo que sugerimos
que sejam utilizados os protetores de plástico para que possam ser preservadas
no tempo e seja melhorada a sensibilidade ao toque e o seu manuseamento. Ao
nível do design, cumprem com a sua função. No entanto, a opção por colocar, nas
cartas Segundo, os números que representam o valor carta, nos cantos superior
esquerdo e no inferior direito, e neste último de forma invertida, faz com que
um “6” possa parecer um “9” ou vice-versa. Dai que aconselhamos que olhem
sempre para o número impresso ao centro da carta, para que não haja qualquer
dúvida.
Dentro da caixa temos também um livro com várias folhas que serve para
registar os tempos e pontos obtidos ao longo da cada uma das etapas.
A opção pela gestão da cartas Segundo, que permitem avançar os
ciclistas na estrada, seja feita de forma conjunta pelos três ciclista da
equipa, isto é, as cartas são utilizadas para toda a equipa, nenhum ciclista
tem cartas próprias, parece-nos uma opção interessante e retrata fielmente esta
modalidade. O Ciclismo é um desporto de equipa, e a estratégia delineada para a
equipa é que torna possíveis os bons resultados, fazendo a diferença entre a
vitória e a derrota. Apesar de ter uma classificação individual, o objetivo do
jogo é classificação final da equipa.
Outro pormenor que o jogo tem que retrata fielmente a realidade, é a
existência dos “sprints intermédios”, conhecidos em Portugal como as “Metas
Volantes”. Estes sprints dão bonificações em segundos e em pontos. Tal como
acontece na realidade andar em Pelotão tem os seus benefícios. Podemos
beneficiar do “cone de aspiração”, o que permite avançar uns espaços
suplementares na estrada, poupando dessa forma algumas cartas para serem
jogadas mais tarde. Isto também acontece quando fora do Pelotão, andamos atrás
de outro ciclista. Uma gestão criteriosa deste expediente permite uma melhor
gestão das cartas que a equipa tem disponíveis. Até podemos utilizar a própria
equipa para criar este efeito de aspiração entre os três ciclistas.
No Tour de France também há quedas, como acontece infelizmente nesta
modalidade. Estas podem ser provocadas quando não nos conseguimos desviar de um
ciclista que está à nossa frente a rodar num ritmo mais lento ou através de uma
carta “Chance”. Estas cartas podem-te dar algum bónus, mas também podem
provocar quedas. Funcionam como um factor aleatório, que simula as situações
imprevistas que acontecem na realidade.
Por vezes pode ser estratégico provocar um andamento mais lento do
Pelotão para que um dos nossos ciclistas possa fugir destacando-se para a
vitória. No entanto, o andamento lento pode provocar quedas em série. Por isso
há que saber gerir esta situação ao longo da etapa.
Nas estradas temos espaços com a impressão de alguns símbolos que
obrigam a tirar cartas Segundo ou Chance. Isso acontece sempre que um ciclista
termina o seu movimento num desses espaços. Por vezes é um risco parar nestes
espaços, porque nunca sabemos o que nos espera. A possibilidade de troca de
cartas Segundo, pode não ser útil se as cartas que temos na mão são valiosas.
As escaladas da montanha e as respetivas descidas estão muito bem
simuladas neste jogo. Podemos afirmar que as principais incidências desta
modalidade foram bem transportadas para um jogo de tabuleiro oficial. O design
do tabuleiro do jogo tenta recriar o ambiente que rodeia esta modalidade, só
faltam as pinturas no meio da estrada para que o realismo seja perfeito.
Quem pensa que este jogo trata-se apenas de um jogo oficial para
publicitar a modalidade, está enganado, o Tour de France está muito bem
estruturado ao nível da mecânica, interação e estratégia, conseguindo transpor
para um jogo de tabuleiro o ambiente e a vivência que rodeia esta prova
emblemática do ciclismo. Tal como acontece na realidade, temos de fazer uma boa
gestão da equipa. Temos de gerir bem as cartas que dispomos para tirar o melhor
proveito delas, o mesmo é dizer, obter o melhor rendimento da equipa, com
objetivo da vitória coletiva. Para que isso seja possível, não podemos deixar
ninguém fique para trás, porque todos os três ciclistas contam para a
classificação final. O tempo de cada um dos ciclistas conta, assim como os
pontos que cada um obtém. Já para não falar na camisola amarela que também
conta na classificação final. Os sprints intermédios são importantes pelas
bonificações obtidas. Não te esqueça que depois da chegada do primeiro ciclista
à meta, cada ronda seguinte, o tempo de chegada é penalizado em 10 segundos.
Daí a importância da chegada dos três ciclistas da equipa o mais próximo
possível. É certo que podemos apostar num ciclista para ganhar a etapa, mas os
restantes não devem chegar muito atrasados, caso contrário terás perdido a
vantagem de teres tido o vencedor da etapa. Todos os tempos dos três ciclistas
contam para o tempo final da tua equipa.
O jogo permite que se façam classificações por etapas, individuais e
por equipas, por tempo e por pontos. Contudo, a vitória final é atribuída em
função de tudo que obténs nas duas etapas (tempo e pontos) da tua equipa. Para
quem gosta desta modalidade, acreditamos que vai querer fazer todas as
classificações por pontos e tempos. É uma forma de atribuir outros “prémios”
para além da classificação final, tal como ocorre na realidade.
Como podem constatar há muito realismo neste jogo. Acreditamos que o
objetivo dos autores foi alcançado, criar um jogo que transmitisse todas as
emoções desta modalidade e desta prova emblemática para um jogo de tabuleiro.
Para quem gosta de jogos de tabuleiro cujo tema é o desporto em geral e
o ciclismo em particular, vão adorar jogar o Tour de France. Para aqueles mais
céticos sobre a possibilidade de transpor esta modalidade tão sui generis para
um jogo de tabuleiro, depois de experimentarem, com toda a certeza vão mudar de
ideias.
A sensação que ficamos é que duas etapas são poucas, poderiam ser
criadas mais etapas com expansões ao jogo, como acontece com outros jogos.
Contudo, podem ultrapassar isto fazendo 4 etapas, jogando duas vezes cada uma
das etapas. Fica à imaginação de cada um.
O Tour de France não foi um jogo muito publicitado, esperamos que a
nossa parceria com a Just Game tenha ajudando na sua divulgação, porque é um
jogo com qualidade e interessante, que recomendamos.
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