Um jogo de Karsten
Hartwig para 3 a 5 jogadores, a partir dos 12 anos, com a duração de 60
minutos.
Em
Chinatown, os jogadores assumem o papel de empreendedores à procura de
investimentos no distrito chinês de Nova Iorque. Para o fazerem, têm de estabelecer
uma variedade de negócios durante os 6 turnos de jogo, tais como lavandarias, restaurantes,
lojas de antiguidades, farmácias, etc. Quanto maior o negócio e quanto mais
cedo for concluído, mais dinheiro será obtido em retorno. Ao longo do jogo, os
jogadores recebem propriedades e edifícios, que podem negociar entre si. No
final, ganha o jogador que obteve os maiores lucros.
Componentes
»1 tabuleiro
de Jogo
» 150 fichas
de jogador (30 de cada cor)
» 90 fichas de
Negócio
» 180 cartas
de jogar (85 cartas de propriedade, 9 cartas de evento, 81 Cartas de Dinheiro,
5 ajudas para jogadores)
O
JOGO
Existem 90 fichas
de negócio. Cada uma mostra um dos 12 tipos de negócio e o número de fichas
necessárias para o completar. Quando um edifício está completo, atinge a
receita máxima. Para cada negócio existem mais 3 fichas do que o número
indicado. Por exemplo, existem 6 farmácias (3+3) e 7 Restaurantes (4+3).
Cada ficha é
colocada numa propriedade do tabuleiro. Quando vários estão adjacentes (não
diagonalmente) e pertencem ao mesmo jogador, forma-se um negócio. No início de
cada ronda, tanto as propriedades como os negócios são obtidos aleatoriamente.
Enquanto o
negócio não for completado, contudo, este também gera receita. Conforme o
número de fichas interligadas, os jogadores vão receber dinheiro no final de
cada ronda.
AS
RONDAS E FASES
O jogo tem 6
rondas, com 5 fases para cada rodada.
FASE 1: Distribuir
propriedades
Os jogadores
recebem cartas de propriedades aleatoriamente e descartam algumas (conforme o
número de jogadores). Têm de decidir se querem propriedades isoladas, perto das
suas, ou que possam ser usadas para negociar. Colocam as suas fichas de jogador
em cima dos números no tabuleiro, conforme as cartas que escolheram.
FASE 2:
Distribuir fichas de negócios.
Os jogadores
recebem fichas de negócios aleatoriamente.
FASE 3:
Negociações
Os jogadores
trocam entre si dinheiro, fichas de negócios, propriedades e promessas que
podem ou não ser cumpridas.
FASE 4:
Colocar fichas de negócios
Os jogadores
colocam as fichas de negócios nos números com as suas fichas de jogador. Não é
necessário colocar todas as fichas.
FASE 5: Obter
rendimentos
Em cada
ronda, uma carta de evento é mostrada, que altera os rendimentos (bónus
conforme o número nas fichas de negociação). Conforme o tamanho de cada negócio
e o bónus aplicado, cada jogador recebe dinheiro do banco.
O jogo
termina após 6 rondas de jogo (no final da ronda em que a carta de evento final
é virada para cima). O jogador com mais dinheiro é o vencedor.
GERAL
Em
Chinatown, os jogadores assumem o papel de empresários do bairro Nova Iorquino
do mesmo nome, tentando comprar, vender e negociar propriedades com outros
jogadores para obterem o maior lucro possível. No fundo, é um jogo de
negociação e gestão de recursos, com imensas trocas, vendas e negócios
“manhosos” pelo meio. Como um dos seus focos é comunicação e a interação entre
os jogadores, este foi um título que nos despertou a curiosidade.
ASPETO
DO JOGO E SEUS COMPONENTES
O jogo apresenta um tabuleiro que quase roça o monocromático e que representa Chinatown. Isto não é necessariamente um defeito, pois como o tabuleiro vai sendo preenchido com os diferentes negócios e marcadores de jogador, rapidamente se torna um festival colorido. Mais teria sido menos. O tabuleiro está dividido em 85 espaços. Cada um desses espaços corresponde a um lote onde um negócio pode ser iniciado. Estes são representados por fichas de cartão coloridas cujo design é bastante apelativo. Para além disso, cada jogador tem também marcadores na sua cor, feitos do mesmo material. Estes não são assim tão catitas. Junta-se um monte de cartas de lote de propriedade (numeradas até 85) e o dinheiro, que emula o tradicional dólar americano. De notar que a versão que jogamos, a da Alea, difere um pouco da versão Z-Man, tanto no aspeto como nos elementos do tabuleiro.
De uma forma geral, o jogo está bem construído. A caixa está bem dividida, com entalhes de tamanho apropriado para os elementos e tabuleiro. A ilustração é bem tradicional, mas o jogo também já é bem antigo. Gostamos muito do aspeto das cartas, em particular.TEMA
DO JOGO
Embora
visitar Nova Iorque ainda esteja na “bucket list”, não é necessário viajar para
a icónica cidade para conhecer o famoso bairro de China Town. A sua
representação na cultura pop foi bastante vincada e, portanto, qualquer pessoa
que cresceu nos 90s deve ter uma imagem mental do espaço. Mesmo que não estejam
familiarizados, de certeza que o nome do bairro vos deve dar umas dicas.
Repleto de comércio e com a configuração típica dos quarteirões nova-iorquinos,
é como tanto o bairro como o jogo se apresentam. Embora o tabuleiro
inicialmente seja meio acinzentado e sem vida, rapidamente se preenche com os
coloridos mercados. Estes, representados por fichas com nomes de negócios
pitorescos ajudam a contextualizar todo o cenário. Na verdade, todos os elementos
contribuem para esse efeito.
E sendo um
bairro conhecido pelo comércio, nada melhor que um jogo de compra e venda,
troca e baldroca. O facto que (praticamente) tudo pode ser negociado faz deste
um jogo de negociação frenética, onde confiar demasiado nos nossos amigos pode
ser… um mau investimento. Dramático…
COMO
JOGAR E MECÂNICAS
"Chinatown"
é um jogo de negociação, gestão de recursos e estratégia, onde os jogadores têm
de comprar e negociar propriedades para obter o maior lucro possível. Em cada
ronda, os jogadores recebem cartas de propriedade (onde os negócios são
colocados) e fichas de negócio (por exemplo, uma Farmácia). As cartas de
propriedade assinalam os espaços onde os jogadores podem colocar os seus
negócios (por exemplo, o jogador pode obter as cartas 3, 4 e 18, numa ronda).
Depois, os negócios podem ser colocados nas propriedades que o jogador possui.
Claro que a parte mais divertida do jogo é negociar e, caso isso falhe, sabotar
os adversários. Como os negócios são compostos por várias propriedades (a
Farmácia, por exemplo, usa 3) e se um jogador tem uma propriedade no meio das
do adversário, pode utilizar isso para negociar… ou nunca o fazer e impedir que
o jogador termine os edifícios. Conforme o número de negócios completos (3, 4,
5 e 6 fichas de negócio ligadas) e incompletos, os jogadores recebem dinheiro
(auxiliados por cartas de evento). O jogador com mais dinheiro, no final do
jogo, ganha.
A etapa mais
apelativa deste jogo é, sem dúvida, a negociação. Como é muito provável que os
jogadores tirem cartas que os adversários necessitam, é do seu maior interesse
“espremer” os seus amigos até que estes cedam aquela ficha de relojoeiros, que
vos garante uma pipa de massa. É também importante saber o número de fichas que
existem de cada edifício (flashbacks do Alhambra). Como os negócios são
mantidos com a face para cima, é possível determinar o número de fichas de
negócio ainda disponíveis para tirar e, assim, aceitar negócios de miseráveis
sem escrúpulos ou esperar uma bonança.
DIVERSÃO
E DIFICULDADE
A diversão
em "Chinatown" vem da interação entre os jogadores, das negociações e
da gestão de recursos. O jogo é dinâmico e imprevisível, já que a cada turno os
jogadores têm novas opções e possibilidades. O fator de dificuldade está
principalmente na tomada de decisões estratégicas, na negociação com outros
jogadores e na gestão eficiente de recursos.
Jogadores
experientes podem tirar mais proveito desses elementos, mas mesmo iniciantes
podem se divertir bastante com as negociações e a movimentação no tabuleiro.
Comparado a outros jogos de negociação e gestão de recursos, como "Power
Grid" ou "Acquire", "China Town" é mais fácil de
aprender e menos complexo, mas ainda oferece um desafio estratégico
interessante.
REJOGABILIDADE,
PREÇO E DURAÇÃO
A
rejogabilidade de "China Town" é bastante alta, já que as cartas de
propriedades e fichas de negócio são distribuídas aleatoriamente a cada
partida, o que faz com que cada jogo seja diferente do anterior. Além disso, a
interação entre os jogadores garante que cada jogo tenha a sua própria dinâmica
e desafios. O preço do jogo, que ronda os 40,00€ (versão Z-Man) é justo para um
jogo que será claramente jogado várias vezes. A duração do jogo é razoável,
durando em média 90 minutos, o que o torna adequado para jogar numa tarde ou
noite de jogos.
CONCLUSÃO
"Chinatown"
é um jogo divertido e envolvente, com componentes apelativos e uma temática bem
integrada. Embora tenha mecânicas simples e repetitivas, oferece uma grande
quantidade de possibilidades, através da negociação, bloqueio, ou simplesmente
ignorando os adversários. A interação entre os jogadores é o ponto forte do
jogo, e a rejogabilidade é alta. Embora não seja um jogo barato, o investimento
vale a pena para jogadores que procuram um jogo de negócios desafiador. Em
comparação a outros jogos de negociação e gestão de recursos, "Chinatown"
destaca-se pela sua simplicidade e pelo foco na interação entre os jogadores. O
facto que é um pouco “aleatório” faz parte do jogo, pois é isso que força a
negociação, pelo que não o vemos como um fator negativo.
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