Escape Tales: The Awakening - Board&Dice

Um jogo de Jakub Caban, Matt Dembek e Bartosz Idzikowski

 

REGRAS

Escape Tales – The Awakening é um jogo de cartas de Escape Rooms, para 1 a 4 jogadores, com grande ênfase na história. Samuel, a personagem principal e cuja história seguimos, começa uma invulgar aventura para salvar a sua filha. Durante esta viagem, iremos encontrar imenso puzzles, que teremos de resolver para continuar esta aventura.



 

Componentes:

- 18 fichas de ação

- 122 cartas de jogo

- 9 cartas de pânico

- 18 cartas de localização

- 1 tabuleiro

- 1 Livro de História

 

Preparação

O tabuleiro de jogo é colocado num espaço a que todos os jogadores possam aceder, assim como todos os componentes de jogo. As fichas de ação são colocadas ao seu lado. As cartas de jogo são ordenadas de forma crescente (de C001 a C122), as cartas de pânico também (D0 a D8) e, finalmente, as cartas de localização de (L01 a L18). São formados baralhos com todas estas cartas, em separado. Prepara-se um telemóvel ou computador com ligação à internet para se poder verificar as respostas aos puzzles.

 

Ao longo do jogo, temos de:

A.Ler o parágrafo indicado no Livro de História e seguir as instruções;

B. Realizar as ações até que um dos componentes do jogo nos envie para o Livro de História:

a)Explorar - colocar fichas nos espaços de exploração disponíveis;

b)Pânico - se ficarmos sem fichas, tirar uma carta de pânico e realizar as ações descritas;

c)Resolver puzzles: abrir o puzzle na app e realizar as ações necessárias;

d)Sair da localização: com a carta de saída, é possível deixar a localização e avançar na história;

e)Condição: se tivermos cartas de condição e os requisitos, podemos avançar para o parágrafo indicado.

 

GERAL

Escape Tales - Awakening é uma das iterações de um jogo que desperta em nós aquele bichinho da investigação, de brincar aos detetives e de resolver puzzles apenas para encontrarmos mais puzzles atrás desses.  O conceito do jogo é simples, é-nos contada uma história e vamos tomando decisões que a influenciam, resolvendo puzzles para obtermos pistas, explorando locais para encontrar itens e tomando decisões que alteram o curso da história. Awakening (Despertar), é o mais curto dos Escape Tales, pelo que é uma boa entrada no género, mas mesmo não tendo a duração dos seus predecessores, é jogo suficiente para nos ocupar uma tarde bem passada.

 


 

APARÊNCIA E COMPONENTES

É fácil julgar um livro pela capa e, numa primeira instância, talvez seja fácil julgar este jogo pela sua aparência simplicista. Os componentes limitam-se a um pequeno tabuleiro, a cartas de diversos tamanhos e a marcadores de posição. Nenhum é particularmente fantástico. Os marcadores são aqueles frequentemente usados para assinalar pontuações, noutros jogos. As cartas não são particularmente rígidas e convidam ao uso de sleeves, se a aparência "mint" do jogo é algo que prezam. O tabuleiro é resistente, apenas mostra as coordenadas e tem espaço para as cartas de exploração dos locais. Encaixa no ambiente do jogo e é isso que importa. O grande apelo do jogo, para além da história contada no livro que o acompanha, são as ilustrações das cartas. Estas apresentam um grande nível de detalhe, onde se nota um cuidado com a permanência do tema e toda a envolvência da história. Finalmente, a caixa do jogo está bem organizada, com entalhes de plástico que permitem uma fácil arrumação do jogo.

 

TEMA

Bem, este é o tipo de jogo em que somos considerados “suspeitos”. Não, não é uma referência ao Cluedo nem ao 011! Apenas gostamos imenso de resolver puzzles e de histórias bem contadas. Com a sua narrativa misteriosa e que puxa para o misticismo, sem dúvida que Escape Tales – The Awakening entra para a lista daqueles jogos que dizemos aos amigos que “tens de jogar”.



 

 JOGAR O JOGO

Escape Tales – The Awakening joga-se tal como qualquer outro Escape Tales. Pode ser jogado individualmente, ou em grupo, mas a experiência de resolver os puzzles é certamente mais gratificante com amigos. O jogo começa com a história. O narrador (um dos jogadores) vai contando a história até que o jogo pede que os jogadores comecem as suas investigações. Para isso, o tabuleiro de coordenadas recebe duas cartas. Em cada uma dessas cartas existem detalhes, que estão associadas à carta de exploração (por exemplo, um quadro, um baú, etc.). Os jogadores decidem qual o espaço que querem investigar e o jogador com o livro de regras procura a localização indicada pela carta de exploração. A leitura da localização pode indicar que o grupo recebe um item, tem de resolver um puzzle, ou apenas recebe mais detalhes sobre a história.  Ao longo da exploração, os jogadores vão receber cartas de puzzles, que têm de ser combinadas para permitirem a sua resolução. Quando os jogadores têm todas as cartas necessárias para resolver o puzzle, tentam resolvê-lo e fazer uso da app associada ao jogo para descobrirem o resultado das suas tentativas. Resolver um puzzle abre mais portas, ou oferece itens necessários para encontrar outras soluções. Contudo, o grupo tem um número limitado de tentativas de exploração. Quando este é alcançado, mas os jogadores não conseguiram ainda resolver o puzzle que permite avançar na história, têm de tirar uma carta de pânico, que altera o decorrer do jogo e o final que pode ser obtido.

 

DIVERSÃO E DIFICULDADE

Os jogos Escape Tales têm a particularidade de poderem ser jogados individualmente, a par, ou em grupo, pelo que a dificuldade está associada somente à capacidade coletiva de resolução de problemas. Talvez aquilo que um jogador consegue ver, o outro demoraria muito mais a conseguir perceber. Ao longo do jogo, os puzzles podem tornar-se mais, ou menos acessíveis, dependendo somente se quem o resolve está habituado a resolver puzzles de lógica, se consegue aperceber-se rapidamente da solução, ou se não está distraído. A diversão do jogo irá depender também do grupo com que se embarca nesta aventura. Se é um grupo que se deixa levar pela narrativa, se é um grupo focado na resolução dos problemas, ou se perdem metade do tempo a fazer piadas sobre o conteúdo da história.


 

 VOLTAR A JOGAR, PREÇO E DURAÇÃO

Como em qualquer jogo de escape rooms, a rejogabilidade pode ser algo complicado. É possível experienciar diferentes cenários, tomar diferentes rotas e encontrar puzzles diferentes em cada uma. Contudo, ao resolvermos os puzzles pela primeira vez, dificilmente esqueceremos a solução tão cedo (deixar passar uns anos talvez seja a melhor estratégia). Em contrapartida, o jogo dura, e dura, e dura… sendo necessária mais do que uma sessão de jogo para o terminar. Para um preço que ronda os 30€, consideramos que a razão entre o que se paga e o que se recebe é, sem dúvida, razoável. Se, porventura, tiverem o gosto de ser Dungeon Master e experimentar aventuras com diferentes grupos, este jogo é sem dúvida um bom investimento.

 

CONCLUSÃO

Escape Tales – The Awakening é um jogo de uma índole diferente. Não é um jogo de estratégia, nem tão pouco de aventura, onde decidir a melhor rota e série de ações é um processo de melhoramento que evolui ao longo de várias sessões de jogo. As decisões tomadas hoje serão, provavelmente, diferentes das que tomamos para a próxima semana, pois encontrar os diferentes caminhos, até obtermos a solução "ideal" é o grande objetivo do jogo. Como todos os jogos deste género, peca pelo facto que, após o jogarmos uma vez, teremos uma grande facilidade em reconhecer alguns puzzles, o que pode ser um entrave à diversão.



Tema/Objectivo









10
Mecânica/Regras









8
Componentes/Artwork









7
Jogabilidade/Interacção









7
Estratégia/Dificuldade









6
Duração/Diversão









9
Originalidade/Criatividade









8
Preparação/Começar a jogar









10
Caixa do jogo/Apresentação









8
Preço/Vale o Dinheiro









8
Apreciação Global8,1

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Jakub CabanMatt Dembek
Bartosz IdzikowskiBoardGameGeek


Diogo Silva

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