Ragami - Mesaboardgames







Um jogo para 2 a 4 jogadores, a partir dos 10 anos, com a duração de 60 a 90m. 

Em todas as culturas existem figuras míticas que protegem as pessoas e as ajudam a resolver os seus problemas. Essas figuras assumem muitas vezes a forma de humanos alados a que chamamos anjos da guarda ou Ragami. Cada jogador assume o papel de um Ragami, figura alada, que se desloca numa cidade - o tabuleiro de jogo. Nessa cidade, há sempre pessoas com problemas, em conflito, que precisam de ajuda. E há também outros Ragami, homens Santos e Demónios que podem ajudar ou complicar a resolução desses conflitos. 



Objetivo do Jogo 
Ganha o jogador que conseguir obter o maior número de Pontos Virtude. 

Componentes do Jogo
1 Tabuleiro de jogo.
6 Dados Conflito. 3 Dados Ação.
1 Dado Força.
4 Dados Virtude (Um de cada cor de cada jogador).
33 Cartas Ação.
1 Cubo grande (jogador Inicial).
30 Cubos brancos.
4 Cubos marcadores de conflitos resolvidos (Um de cada cor de cada jogador).
4 Marcadores de pontos de virtude (Um de cada cor de cada jogador).
4 RAGAMIS (Um de cada cor de cada jogador).
4 Santos (Um de cada cor de cada jogador).
30 Fichas de Local numeradas de 1 a 30 (O verso é uma ficha de “proibido a passagem de Ragami”).
6 Demónios.
Livro das regras.


Fim do Jogo 
O jogo termina no turno em que um jogador alcança os 30 pontos de virtude ou quando se esgotam as fichas de Local. No fim desse turno, para além dos pontos de virtude que ganhou durante o jogo, o jogador que resolveu mais conflitos soma mais 7 pontos de vitória. O 2º jogador que resolveu mais conflitos ganha 4 pontos de vitória. Se houver empate, ganha o jogador que resolveu mais conflitos. Se o empate prevalecer, os jogadores partilham a vitória.



Modo de Jogar 
Começando pelo jogador inicial e no sentido dos ponteiros do relógio, cada jogador:
» Faz uma ação com um dos dados Ação
» Joga quantas cartas de ação quiser desde que as ações das cartas possam ser realizadas.

Na vez de jogar, um jogador joga, pode fazer estes dois tipos de ações pela ordem que desejar. Pode usar cartas Ação antes e depois do dado Ação. Um jogador, na sua vez de jogar, não é obrigado a fazer nenhuma ação, seja com o dado ou com as cartas de ação. Os jogadores vão jogando, à vez, até que todos os jogadores o queiram ou o possam fazer. Nesse momento o turno termina.


O Ragami, foi um jogo que seguimos com toda atenção a evolução da sua produção. Publicamos várias notícias sobre ele. O Ragami assinala a entrada de Gil d'Orey num novo tema de jogos de tabuleiro. Não estamos perante o tema da História de Portugal, tema muito explorado pelo Gil d'Orey e a Mesaboardgames em grande parte das suas produções. Com o Ragami, Gil d'Orey quis experimentar o tema do misticismo, explorando os tópicos dos anjos, santos e demónios. É um tema muito atual, porque face à conjuntura económica que o nosso país atravessa, nada melhor que a ajuda de um Ragami para tentar ultrapassar todos os conflitos pelos quais estamos a passar.
Quando tivemos o privilégio de ter nas nossas mãos um exemplar do jogo, e podemos observar com atenção a ilustração da sua caixa, a imagem que nos vem à memória, é do filme “Asas do Desejo” de Wim Wenders. Ao fazermos esta analogia, estamos a subir a fasquia deste Ragami.
A caixa do jogo está muito bem ilustrada. Está muito atrativa à vista. No seu interior encontramos um open space para comodar todos os componentes sem qualquer divisória. Contudo, para colmatar a ausência das divisórias, são fornecidos com o jogo, sacos plásticos para armazenar os vários componentes do jogo.
Os componentes ao nível da sua qualidade, estão q.b. Os grafismos dos componentes também estão q.b., cumprindo perfeitamente a sua função.
Os vários grafismos que podemos encontrar, quer nas cartas quer no tabuleiro do jogo, estão bem ilustrados e idealizados, permitindo uma fácil perceção sobre o que representam em termos de ação no jogo. O tabuleiro do jogo está q.b. no que diz respeito à sua ilustração. A este nível podemos dizer que o jogo não tem uma grande produção, mas as suas ilustrações cumprem perfeitamente a sua função no jogo.
Eram muitas as espectativas em relação a este jogo. Tinha sido a primeira incursão do Gil d'Orey num tema diferente do que lhe é habitual e familiar. Mas, mais uma vez o autor conseguiu transformar num jogo de tabuleiro, o tema que idealizou para o seu jogo.
O Ragami está muito interessante. A mecânica idealizada para o jogo está muito bem conseguida e muito bem elaborada. Ninguém consegue ficar indiferente ao facto, de com apenas 2 coisas para fazer (1 ação com os dados de ação e/ou as várias ações das cartas que temos em nosso poder) se consegue construir um jogo cheio de estratégia, que requer um bom planeamento entre o movimento das nossas peças e a utilização das peças adversárias, nomeadamente os santos dos nossos oponentes.
As regras do jogo, estão muito bem elaboradas, e conseguem em apenas 4 folhas explicar de forma exemplar, o que já é imagem de marca da Mesaboardgames, as regras do jogo.
A maior riqueza deste Ragami está na mecânica elaborada pelo autor, que consegue dar dinâmica e interesse a um jogo, cujo tema poderia porventura agastar alguns jogadores, por ser um pouco enfadonho. Esta mecânica construída pelo Gil d'Orey poderia perfeitamente encaixar-se num qualquer outro tema.
O Ragami tem algum cooperativismo intrínseco. Contudo é por vezes um cooperativismos forçado, quando movimentamos os santos e usamos os santos e/ou Ragamis adversários. Isto torna interessante o jogo e mostra também a riqueza da mecânica criada pelo autor. A ajuda dos santos e Ragamis adversários, na resolução de conflitos, pode ser determinante quando escolhemos a ação de conflito. Porque não podemos estar à espera da “sorte” do dado da força, pois ele tem faces com valor zero, e a probabilidade de sair zero e um é mais frequente. Daí ser importante ter cubos bancos, ou estar adjacente ao nosso dado de virtude e ter algumas cartas interessantes, para aumentar a nossa força para resolver o dado de conflito.
Pela ajuda, mesmo que forçada, dos santos ou Ragamis adversários, os proprietários dessas personagens, recebem algumas benesses. Os proprietários dos santos, quando um conflito é resolvido, recebem um ponto de virtude. O proprietário do outro Ragami, presente no local de um conflito resolvido recebe dois pontos de força (2 cubos brancos).
Também é importante contribuir para o cooperativismos de forma volutaria, porque é do interesse de todos evitar que um dado de conflito ultrapasse o valor de 6, bloqueando esse local à passagem de Ragamis.
Há que gerir bem a nossa estratégia de jogo com o cooperativismo que o jogo disponibiliza. Não nos podemos esquecer que o nosso objetivo é alcançar a vitória, e por vezes será melhor evitar esse cooperativismo, evitando estar a dar pontos de virtude aos nossos adversários.
A estratégia do jogo, não pode deixar de lado, a tentativa de eliminar os demónios que proliferam pelas ruas da cidade. Ao fazer isso estamos a ganhar um ponto de virtude por cada eliminação. Contudo, por vezes é bom utilizar estes demónios para prejudicar a estratégia de um adversário, porque cada demónio junto a um dado de conflito aumenta a força do “mal”.
Os cubos brancos também podem ser transformados em pontos de virtude. Por cada dois cubos entregues à provisão, ganhamos 1 ponto de virtude. Também podemos converter os pontos do nosso dado de virtude em pontos de virtude. Por cada três pontos reduzidos ao dado, ganhamos um ponto de virtude. Esta opção deve ser bem pensada, já que pode ser importante ter pontos disponíveis do nosso dado de virtude para nos ajudar a resolver conflitos. No entanto, podemos utilizar a redução dos pontos do nosso dado de virtude para ganhar pontos de virtude, mas também para que possamos movimentá-lo para um quarteirão adjacente a um conflito que queremos resolver.
Por aqui se vê a panóplia de variáveis que temos de conjugar para que possamos tirar o melhor proveito da nossa vez de jogar durante um turno. Não nos podemos esquecer que todas as ações dos dados de ação estão limitadas aos valores dos dados. E num jogo com quatro jogadores, que em nosso entender é a melhor forma de jogar este jogo, depressa se esgotam essas ações.
A utilização dos dados para definir a quantidade das ações (dados de ação) que ficam disponíveis para um turno está muito interessante, nomeadamente, ao facto de dar ao jogador que lançou os dados, a oportunidade de determinar a atribuição de cada dado a um conjunto de ações. Além disso, sempre que sai um “1” vermelho, que determina a entrada em jogo de um demónio, dá também a oportunidade ao jogador que lançou os dados de ação, de escolher qual o valor que irá atribuir a esse dado.
Sempre que é a nossa vez de lançar os dados de ação, temos de aproveitar bem essa oportunidade, para alocar os dados em função da nossa estratégia e também para que possamos limitar a estratégia dos nossos adversários. Isso requer da nossa parte uma atenção aos movimentos e ações dos nossos oponentes e também exige da nossa parte tentar perceber o que os nossos adversários pretendem fazer.
A gestão das cartas, que temos nas nossas mãos, tem de ser bem organizada, e interligada com a utilização dos dados de ação, para que possamos obter o melhor rendimento da nossa vez de jogar. Temos de controlar bem a tentação de jogar as cartas rapidamente, pois elas podem vir a ser mais vantajosas, numa jogada mais à frente. Contudo não nos podemos esquecer de que só podemos ter três cartas em nosso poder. Atenção que as cartas, para além de muitas ajudas que podem dar a cada situação do jogo, também podem dar pontos de virtude.
Estamos perante um jogo interessante, cuja preparação é rápida graças a uma esquematização e explicação muito bem estruturada por parte do autor, permitindo que possamos jogar quase de imediato. Podem iniciar o jogo ao mesmo tempo que vão lendo as regras e depressa se vão apercebendo das imensas variáveis que terão de ter em conta para conseguir vencer este jogo.
O Ragami reflete a evolução que a Mesaboardgames e o Gil d'Orey tem vindo a fazer, com o objetivo de ganhar outros mercados para além das nossa fronteiras, afirmando a Mesaboardgames como uma editora de jogos a ter atenção no mercado internacional de jogos de tabuleiro. Por isso recomendamos a aquisição deste jogo, porque vale a pena apreciar a mecânica idealizada pelo autor para este Ragami.


Tema/Objectivo









8
Mecânica/Regras









8
Componentes/Artwork









6
Jogabilidade/Interacção









8
Estratégia/Dificuldade









8
Duração/Diversão









9
Originalidade/Criatividade









8
Preparação/Começar a jogar









8
Caixa do jogo/Apresentação









7
Preço/Vale o Dinheiro









9
Apreciação Global7,9



dreamwithboardgames
Gil D'OreyMesaboardgames
Comprar o JogoBoardGameGeek


Paulo Santos
Paulo Santos
Maria Constança Silva

Sem comentários: