Um jogo de Julian Musgrave para 1 a 5 jogadores, a
partir dos 10 anos, com a duração de 45 minutos.
Começar o jogo
Coloca o
tabuleiro na mesa. Dá uma peça de jardim a cada jogador e três fichas (à sorte)
das dez peças com mais de 3 pontos. Coloca as restantes peças no saco e baralha
bem. Os jogadores colocam o marcador de pontuação no espaço 0. Cada jogador
tira mais 7 fichas do saco e junta-as às suas, para formar 10. Três destas
fichas podem estar viradas para baixo.
O turno
Num
turno, o jogador pode jogar entre 1 a 3 fichas, adjacentes entre si. As peças
têm de corresponder ao mostrado no tabuleiro. Ao colocar as fichas, o jogador
pontua os pontos nelas, assim como os pontos de todas as fichas adjacentes às
suas laterais. Se usar 3 fichas, pontua a dobrar. A ficha de jardim pontua
pelas laterais e pelos cantos. No final de cada turno, o jogador tira fichas
novas.
Fim do jogo
O jogo
acaba quando o tabuleiro estiver completo. A última ficha colocada por qualquer
jogador conta a dobrar, contra esse jogador. O vencedor é o jogador que tiver
mais pontos, quando o castelo estiver concluído.
GERAL
Um jogo
sobre Camelot? Vamos controlar Cavaleiros? Vamos ajudar o Rei Artur? Vamos
apaixonar-nos por Guinevere? Não, vamos arrumar o castelo… O conceito pode ser
diferente, mas acreditem que vale a pena.
ABRIR A
CAIXA
Este é um daqueles jogos em que a metodologia Keep it simple se mostra desde o próprio
abrir da caixa. Os poucos componentes (um saco, um tabuleiro, 80 fichas
quadradas e 5 marcadores de pontuação redondos) podem desanimar um pouco, mas
quantidade nem sempre é sinónimo de qualidade. O sistema de arrumação é o típico,
com o “vale” de cartão onde supostamente devemos colocar os componentes (as
fichas quadradas). Tentamos guardá-las dentro do saco, mas isso revelou-se uma
frustração. A caixa tem as dimensões apropriadas, sendo apenas um pouco mais
fina que o formato standard, mas a
dieta serve-lhe bem.
FACILIDADE
DE PREPARAÇÃO
Este é
um jogo muito fácil de preparar. Contudo, a primeira vez foi um desafio. Talvez
pelo entusiasmo de começar a jogar, ou pelo manual de instruções estar a
precisar de uns retoques, houve algum “para trás e para a frente” nas páginas
do mesmo. Para preparar o jogo, basta abrir o tabuleiro, colocar de parte as
fichas de jardim (6) e as fichas com mais de 3 pontos (10) e enfiar tudo o
resto no saco. Cada jogador coloca um marcador de pontuação no 0 e recebe 1
ficha de jardim e três fichas com mais de 3 pontos. E é isso, está pronto. Dito
assim parece óbvio, na verdade.
COMPONENTES
Os componentes do jogo e o seu grafismo foram alvo
de alguma contenda. É um estilo… ah… para gostos adquiridos. É como começar a
comer brócolos cozidos, pois só passado algum tempo é que se começa mesmo a
apreciar. O tabuleiro peca por, depois de ser aberto, cismar em não ficar
plano. Eventualmente irá acontecer, mas só quando as dobras começarem a
mostrar-se, o que é uma pena, pois é fundamental para o jogo. As fichas são de
grande qualidade e os marcadores pontuação fazem o que é preciso.
ASPETO/GRAFISMO
O grande ponto de discussão são os grafismos, que
podem afastar alguns jogadores. Contudo, não é possível olhar para as imagens e
deixar de notar algo semelhante ao que se pode encontrar nas iluminuras de um
manuscrito medieval. Bem, apanharam-nos com essa. O aspeto “descuidado”, quando
nos apercebemos do que realmente é, ganha outra vida.
JOGABILIDADE
As mecânicas do jogo são extramente acessíveis e
este é um jogo que pode ser jogado como ponte para outros mais complexos. Tal
como o Alhambra e Carcassonne, o jogo consiste da construção de algo, neste
caso do castelo de Camelot. A diferença para esses jogos é a existência de
regras de colocação específicas. O jogador tem de colocar os blocos em espaços
definidos, para que o bloco corresponda ao que está no tabuleiro. Contudo, como
as fichas podem ser colocadas em diferentes sítios, desde que exista
correspondência, o número de possibilidades diferentes para um tabuleiro é…
grande. Não estavam à espera que calculasse, pois não? A sério, o número é gigantesco!
A estratégia do jogo consiste na colocação inteligente dos blocos. Ao
colocarmos blocos, pontuamos pelos blocos adjacentes. Podemos colocar entre 1 a
3 blocos, sendo que se colocarmos 3, obtemos pontuação a dobrar. O jogo, exceto
quando o azar é imenso, consiste de procurar os melhores sítios para colocar
combinações de 3 blocos, para obter a PONTUAÇÃO MÁXIMA! Somente no final do
jogo é que começamos a precisar de colocar blocos individuais ou dois de cada
vez. Uma regra engraçada é que o último bloco colocado pelo jogador conta
contra o mesmo, o que força a algum planeamento e alguma tensão quando os
jogadores estão quase empatados. Claro que isto também joga contra o jogo, pois
chegamos a um ponto em que já se adivinhava o vencedor.
COMPLEXIDADE
DAS REGRAS
À exceção do livro de regras, que é algo confuso, as
regras são fáceis de perceber e o jogo é fácil de começar a jogar. Ótimo para
novos jogadores.
REJOGABILIDADE
Tal como mencionámos, o número de tabuleiros
diferentes que podemos obter é gigante. Contudo, será sempre uma figura
similar. A aleatoriedade da tiragem das fichas também faz com que cada situação
seja diferente e imprevisível, o que aumenta o tempo de vida deste jogo.
TEMÁTICA
Quando
ouvimos Camelot, pensamos no Rei Artur e nos cavaleiros da mesa comunitária.
Nunca pensamos nos desgraçados que tiveram de construir, arrumar, limpar e
preparar os jardins do castelo. Bem, Camelot – the Build pega exatamente nesse
conceito. O design do jogo ajuda imenso, após, claro, percebermos o que
realmente representa.
CONCLUSÃO
Camelot – The Build revelou-se uma surpresa. Inicialmente, houve alguma
hesitação e parecia ser um jogo desconexo e pouco apelativo. Todavia, após o
primeiro jogo, ficamos completamente viciados. É um jogo para aqueles momentos
em que não precisamos de fazer microgestão de quatrocentos trabalhadores e
oitocentas cartas. Em Camelot – The Build, apenas temos de arrumar um castelo,
e isso é extramente divertido.
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