Nationale 7 - Blackrock Games


Nationale 7

“Condutores Domingueiros”

Um jogo de Alain Ollier para 2 a 4 jogadores, a partir dos 8 anos.

 

Objetivo do jogo: 

Enquanto conduzes na Nationale 7, chegas à vila de Lapalisse, onde tens de fazer duas compras e encontrar peças do poema (Lapalissadas). Quando tiveres realizado ambas as ações e tiveres deixado a cidade, vences o jogo.

 

Componentes:

1 Tabuleiro de jogo

23 Fichas de estrada (inclui as 3 fichas Lapalissade);

1 Ficha de jogador inicial;

4 Carros em 4 cores diferentes;

8 Cubos em 4 cores diferentes (2 de cada cor);

4 Fichas de polícia;

4 Fichas de poema.

 

Como jogar

1.O jogador inicial recebe uma das fichas de estrada de sobra (no primeiro turno, estas são a ficha com o camião e as três fichas Lapalissade) e coloca-a numa das filas de carros, numa das entradas da vila, empurrando o trânsito para a frente;


2.O jogador inicial move o seu carro, seguindo as regras de movimento explicadas abaixo;

3.Por turnos, no sentido horário, cada jogador move o seu carro;


4.Quando todos os jogadores se tiverem movido, a ficha de jogador inicial passa para o próximo jogador (sentido horário).

Cada jogador pode decidir mover o seu carro até 3 espaços. Existem três tipos de manobras: permitidas, proibidas e arriscadas.


Vencer o jogo: 

Para venceres, tens de recolher os teus dois cubos, adquirir uma ficha do poema e deixar a cidade pela saída assinalada com a cor do teu carro.


O Nationale 7, embora um jogo claramente indicado para um público mais jovem, é um jogo produzido com atenção ao detalhe, ponderado e com grande imaginação. A premissa é simples, o jogador tem de fazer duas compras na vila de Lapalisse, recolher uma das peças do Poema (a Lapalissade) e deixar a vila na direção correta. Tudo isto é feito usando um tabuleiro criativo, com um mecanismo de movimento especial e bastante apelativo. Num ambiente tipicamente francês, ao volante de um 2 cavalos, vamos descobrir o Nationale 7.


APARÊNCIA E COMPONENTES

Embora um jogo bastante simples, é notável a atenção ao detalhe, em particular na construção do tabuleiro, cuja espessura e durabilidade o torna excelente até para o público menos cuidadoso. Para além deste, as fichas de estrada encaixam perfeitamente e deslizam facilmente pelas ruas e os meeples em forma de carro são, numa palavra, “fofos”. Para além destes componentes, temos também os simples cubos e as fichas de Poema, que embora simples, cumprem o seu propósito. Algo que não podemos deixar de mencionar são as ilustrações, que seguem um estilo muito francófono e facilmente reconhecível. Embora não sejam o destaque do jogo, ajudam na construção do ambiente e é uma boa forma começar a explorar este estilo de desenho. Finalmente, a caixa do jogo, embora visualmente apelativa no exterior, é um pequeno pesadelo no interior, pois os cortes “devoram” as peças para as entranhas da caixa. Talvez seja uma feature, onde o jogador tem de procurar as peças antes de começar a jogar, mas na nossa opinião é apenas mau design. Não queríamos um insert à medida, mas também não era preciso fazer uma aventura do ato de tirar as peças da caixa.

 TEMA

Com a vila de Lapalisse como pano de fundo, ao volante de um dois cavalos, é um pouco difícil de fugir ao tema tão Francês deste jogo. Todo o cenário parece apontar para algo que faríamos nos anos 80 com a família toda no carro e com a cesta de piquenique na mala. Para quem tem as suas origens no país das baguetes, uma Lapalissada é talvez algo extremamente óbvio, mas valeu-nos a Wikipédia no momento de perceber com o que estávamos a lidar. Esta dualidade, que talvez seja mundana para uns e uma oportunidade para outros, fica ao critério do freguês. Nós gostámos! Quanto ao estilo de jogo, podemos chamá-lo de ação-reação. Não existe uma componente aleatória e são os jogadores que determinam tudo o que acontece. É como xadrez com carros!

 JOGAR O JOGO

A mecânica principal deste jogo é o movimento do trânsito pelas ruas de Lapalisse. Isto faz-se através da colocação de blocos de estrada, que fazem avançar o trânsito (e os carros dos jogadores). De seguida, os jogadores movem os seus carros, de forma legal (respeitando as regras da estrada), ou de forma menos legal, o que pode despertar a atenção do gendarme vigilante (por vezes). Enquanto fazemos um esforço para respeitar as regras de trânsito, temos de parar nos endereços (existem 18) onde foram colocados (pelos outros jogadores) os nossos cubos, que representam as compras que necessitamos fazer. Ao longo da nossa viagem pelas ruas da cidade, vamos ter de encontrar e parar em cima de uma ficha “Lapalissade”, para obtermos a peça do Poema (um dos objetivos). Tudo isto é feito por turnos e o jogador inicial (quem move o trânsito) vai trocando entre cada ronda. Quando um jogador recolhe tudo o que precisa (dois cubos e uma peça do Poema), tem de correr para a saída correta (existem duas). O movimento mais importante do jogo é, sem dúvida, a colocação da peça de estrada que faz mover o trânsito. O jogador tem de planear o seu movimento, de forma a criar o melhor circuito para si e deixar os adversários com as orelhas quentes, de tantas vezes que o sogro disse para virar na segunda e não na primeira.

 DIVERSÃO E DIFICULDADE

Compreender as regras (para além de estas serem curtas e ocuparem duas páginas) não é difícil, pois estas têm bastantes exemplos e não têm alíneas e mais alíneas a explicar sub-passos. A dificuldade do jogo não provém de o aprender, mas de o vencer, pois cada jogada depende daquilo que os adversários fizeram no turno anterior. E mesmo quando a o jogador se vê numa situação complicada, pode sempre fazer uso de uma manobra ilegal, que pode trazer grandes benefícios, ou uma (ligeiramente) pesada punição (perder o turno). A diversão do jogo parte da satisfação de podermos, mesmo quando o adversário nos passa a perna, alterar rapidamente o nosso plano e lidar com aquela situação inesperada. E claro, quem não gosta de fazer mover o trânsito? É super-satisfatório! E quem não gosta de conduzir um dois cavalos?


VOLTAR A JOGAR, PREÇO E DURAÇÃO

Uma sessão de Nationale 7 é bastante curta, com o tempo máximo a variar conforme o número de jogadores, mas nunca ultrapassando os 45 minutos. Em relação ao preço, este jogo é agora difícil de encontrar, mas o valor praticado online (30,00€) é bastante justo. Trata-se de um jogo feito com carinho, com materiais resistentes e que sobreviverá o passar dos anos e das mãos facilmente. Não oferece grande variação na jogabilidade, cingindo-se ao “base”, contudo a preparação inicial é sempre aleatória e o jogo convida a subsequentes revanches.

 CONCLUSÃO

Nationale 7 é um jogo claramente desenhado para um público jovem, mas isso não deixa de o tornar interessante mesmo para sessões com os mais crescidos. É fácil de preparar, fácil de começar a jogar e fácil de se tornar um desafio para a família voltar repetidamente. Também é fácil tornarmo-nos foras-da-lei e sermos perseguidos por gendarmes de bigodes farfalhudos, mas isso é apenas um pormenor. De uma forma geral, é um jogo bem conseguido, imaginativo e uma ótima forma de passar um domingo com os mais novos (ou a fugir da polícia).


Tema/Objectivo









7
Mecânica/Regras









6
Componentes/Artwork









7
Jogabilidade/Interacção









8
Estratégia/Dificuldade









6
Duração/Diversão









7
Originalidade/Criatividade









7
Preparação/Começar a jogar









7
Caixa do jogo/Apresentação









5
Preço/Vale o Dinheiro









6
Apreciação Global6,6


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