Um jogo de Jean-Christophe Bouvier para 1 a 4 jogadores, a partir dos 9 anos, com a duração de 45 minutos.
ART.1 ORGANIZAÇÃO DE UM RALLY
Antes de se iniciar o rally, é nomeado o diretor de prova de entre os
jogadores participantes no Rally. Ele será o responsável pela organização do
rally.
O rally vai disputar-se em 3 etapas cronometradas chamadas de especiais.
Os pilotos decidem no início do rally qual o traçado de cada uma das 3
especiais. As especiais são definidas combinando 1, 2, 3 ou 4 ZONAS (C,J, L,
V).
O diretor da prova pega numa FOLHA P.C.COURSE antes de começar o rally
e:
·
escreve o nome e a data do rally, e o nome dos
pilotos;
·
descreve o traçado das 3 especiais indicando os
pontos de partida, de passagem e de chegada para cada uma delas;
·
indicar se haverá assistência no final dessa
especial. A assistência permite a reparação dos automóveis que sofreram
estragos ou furos.
ART.2 PREPARAÇÃO DO JOGO
O diretor da prova prepara o percurso da primeira especial ajustando as
zonas, colocando o PAINEL DE PARTIDA e o PAINEL DE CHEGADA.
ART.3 PARTIDA
3.1 A linha de partida o lado do tabuleiro de jogo escolhido para ser o
ponto de partida, colocando-se aí o PAINEL DE PARTIDA.
3.2 Defi nição da ordem de partida : A ordem de partida da 1ª
especial é determinada entre os pilotos
no início do jogo. A ordem de partida da 2ª especial é obtida a partir da classificação
à chegada da 1ª espacial. A ordem de partida da 3ª especial é obtida a partir
da classificação da soma dos tempos da 1ª e 2ª especiais.
3.3 Procedimento de partida. Para simular uma partida real dos Rallys
os 4 pilotos A, B, C e D vão jogar da seguinte forma na saída :
1º turno: jogador A
2º turno: jogador A, jogador B
3º turno: jogador A, jogador B, jogador C
4º turno: jogador A, jogador B, jogador C, jogador D
3.4 A ordem de jogo é a dos carros na estrada.
ART.4 DESLOCAÇÃO DO MICRO RALLY CAR.
Para fazer avançar um MRC (nome dado ao carro) o piloto utiliza os
dados. Os 5 dados pretos (DADOS DE VELOCIDADES) a que correspondem às 5
velocidades (mudanças) do carro. Os 2 dados brancos (DADOS DE VELOCIDADE)
simulam uma aceleração a fundo sobre a última mudança engrenada.
O piloto para avançar o seu MRC realiza no seu turno 3 FASES :
FASE 1 : escolha da mudança a engrenar;
FASE 2 : encadeamento de mudanças;
FASE 3 : fim de turno.
ART.5 GANHAR SEGUNDOS
(é possível começar sem esta regra)
Esta técnica permite ganhar segundos cada vez que é utilizada. Os
SEGUNDOS ganhos com esta técnica podem ser deduzidos ao tempo da pilha crono ou
podem ser utilizados durante uma especial para evitar correr o risco de perda
de controlo da viatura.
ART.6 DESPENDER SEGUNDOS
(é possível começar sem esta regra)
Os segundos ganhos numa especial graças à técnica de « ganhar segundos
» (ART.5) podem ser usados na mesma especial para progredir sem correr o risco
de perder o controlo do MRC.
ART.7 PERCA DE CONTROLO - CARTA SISU
7.1 Perde-se o controlo do seu carro quando:
·
se acumulam 3 símbolos no lançamento dos dados
durante um mesmo turno ou 2 com pneus asfalto sobe a neve.
·
em curva, se a velocidade for 1 ou 2 velocidades
acima da máxima indicada.
·
sobre uma lomba, se a mudança engrenada for 1
velocidade acima da indicada e o símbolo de perigo aparecer no lançamento do
dado, ou imediatamente se a mudança engrenada for 2 velocidades acima da nota
7.2 No caso de perda de controlo :
·
o carro move-se de forma normal até atingir a casa
onde se perdeu o controlo.
·
Tira-se uma CARTA DE VELOCIDADE da à última
velocidade engrenada e vira-se essa carta, colocando-se sobre a pilha de crono,
respeitando a instrução indicada.
7.3 Recomeçar após uma saída de estrada.
Reposicionar o carro sobre a casa e arrancar na 1ª velocidade na
próxima jogada
7.4 Caso específico do atalho: Após uma saída de estrada em derrapagem,
o carro é reposicionado na casa da trajetória interior da curva. Se a saída de
estrada se efetua no movimento da estrada para o atalho, então o piloto coloca
o seu MRC no atalho e tira uma CARTA DE ATALHO.
7.5 Carta Sisu. Cada jogador tem uma carta SISU que pode jogar uma vez
por rally para anular uma perca de controlo.
ART.8 DANOS
Os estragos têm como consequência a perda de DADOS VELOCIDADE.
ART.9 REALIZAÇÃO DAS CURVAS
Há 3 maneiras de abordar as curvas:
9.1 EM TRAJECTÓRIA INTERIOR : indicado pela nota inscrita no interior
da curva.
9.2 EM DERRAPAGEM : indicado pelas notas sobre a parte externa da
curva.
9.3 PELO ATALHO : indicado pela nota sobre a zona castanha abaixo da
parte interior da curva.
ART.10 RODA SOBRESSALENTE
A CARTA RODA SUPLENTE permite trocar um pneu furado. Só pode ser jogada
quando o carro estiver em 1ª velocidade ou em ponto-morto (velocidade 0) e
apenas no início de um turno.
ART.11 REALIZAR AS LOMBAS
A LOMBA é indicada por uma nota por baixo do símbolo de lomba. Há 3
maneiras de a realizar:
·
velocidade reduzida
·
velocidade recomendada
·
velocidade excessiva
ART.12 ULTRAPASSAGENS
A ultrapassagem pode fazer-se apenas em 4 casos :
1.
Numa reta, exceto se a estrada estiver bloqueada
2. Pelo
atalho se o adversário estiver na curva
3. Pela
curva se o adversário estiver no atalho.
4.
Se o adversário tiver saído da estrada. Contudo,
um adversário virado ao contrário numa curva bloqueia a estrada.
ART.13 CHEGADA
A linha de chegada é constituída por uma borda do tabuleiro de jogo.
Colocar aí o PAINEL DE CHEGADA amarelo Para terminar a especial é necessário
cruzar a borda do tabuleiro de jogo.
Ao terminar a especial, cada piloto adiciona os tempos das suas CARTAS
DE VELOCIDADE acumuladas e subtrai os segundos ganhos em « ganhar segundos ».
ART.14 ASSISTÊNCIA
É aconselhado, para pilotos iniciados, que se faça uma assistência no
final de cada especial.
ART.15 CONDIÇÕES CLIMATÉRICAS E ESCOLHA DE PNEUS
(é possivel começar sem esta regra)
A parte de trás das ZONAS encontra-se sob neve. É por conseguinte
possível realizar um rally totalmente em piso com neve ou com condições mistas
segundo 2 tipos de meteorologia :
15.1 Clima Fixo;
15.2 Ou Clima Variável;
15.3 Escolha dos pneus.
ART.16 TEMPOS INTERMÉDIOS
(é possível começar sem esta regra)
Um ou vários pontos de tomada de tempos intermédios são definidos à
partida de cada especial. Ao passar nesses pontos, cada piloto comunica o seu
tempo na especial até esse momento.
ART.17 SHAKEDOWN
Trata-se do modo de jogo que permite treinar e melhorar a pilotagem:
joga-se sem ter em conta os símbolos de perigo e os furos.
Como adeptos de jogos relacionados com o tema do desporto em geral e do
desporto motorizado em particular, não podíamos deixar de experimentar o
Rallyman.
Desde já queremos agradecer à Rallyman a disponibilidade para nos ceder
um exemplar para que pudéssemos testar o jogo.
As expetativas que tínhamos criado sobre o jogo eram muitas. É o
primeiro jogo de tabuleiro que temos conhecimento que aborda o tema dos Rallys.
A curiosidade também era muita, para saber como tinham transportado para um
jogo de tabuleiro esta disciplina do desporto automóvel.
Quando a caixa do jogo chegou às nossas mãos, ficámos impressionados
com a sua ilustração, está muito bem ilustrada, é muito atrativa, dá vontade de
pegar nela, é de boa qualidade e é muito macia quando lhe tocamos com as mãos.
Mas, tivemos uma boa surpresa. No verso da caixa, temos um brevíssimo resumo em
várias línguas, sendo o Português, uma das línguas presente. O que significa
que dentro da caixa do jogo, o livro das regras, também tem a tradução para
Português.
Apesar de algumas gafes que encontrámos na tradução, como por exemplo,
na página 45 no diagrama explicativo do lado direito, na fase 3 deveria dizer
que o piloto teria terminado o seu turno na 1ª velocidade; Na página 45 no
art.5, não menciona que a utilização dos segundos só se faz a partir de 2
dados; é sempre agradável que a nossa língua faça parte de um livro de regras
de um jogo editado além-fronteiras.
A caixa do jogo não tem qualquer divisória no seu interior para
acomodar os materiais do jogo. Temos de nos socorrer dos sacos plásticos e de
elásticos para arrumar todos os componentes do jogo dentro da caixa.
Os materiais do jogo são de qualidade, nomeadamente os tabuleiros, o
painel de controlo de bordo e as diversas fichas do jogo, que são feitas de um
cartão grosso, com uma espessura considerável. Contudo, achamos que as fichas
de estragos pudessem ter uma maior dimensão, porque são fáceis de ser perderem.
O mesmo acontece com as fichas de terra. Contudo, neste caso compreendemos a
sua reduzida dimensão, uma vez que estas fichas têm de ser colocadas nas curvas
da estrada quando um Micro Rally Car corta uma curva por um atalho, empurrando
alguns pedaços de terra para a estrada.
As ilustrações dos componentes do jogo estão aceitáveis, cumprem na
perfeição com a sua função. Não podemos dizer que aja um grande trabalho a este
nível. No entanto, as viaturas – MRC – estão muito interessantes, mesmo sendo
de dimensão reduzida.
As regras do jogo estão bem elaboradas e muito bem estruturadas, dando
a sensação de estarmos a ler os regulamentos de uma prova de Rallys – daí a
utilização do termo “artigo”. Quando iniciamos a leitura do livro das regras,
tudo nos parece um pouco confuso. Contudo, começando a jogar o jogo, tudo nos
vai parecer mais fácil e começamos a perceber o sentido das coisas.
Uma ideia chave, muito importante para o jogo, é ter a noção que cada
dado colorido é uma das 5 mudanças do nosso MRC, e cada vez que os lançamos,
estamos a utilizar essa mudança para avançar o MRC na estrada,
independentemente do aparecimento de um símbolo de perigo, exceto quando temos
mais de 3 símbolos de perigo (2 na neve). Nesse caso, quando utilizamos o
terceiro dado com o símbolo de perigo, perdemos o controlo da viatura e por
conseguinte o MRC não avança mais na estrada e temos de verificar a
consequência da perda do controlo do carro, que pode ser um despiste ou um
simples pião, em qualquer caso vamos ter uma penalidade ao nível do tempo
despendido nesta situação.
Tendo bem assente esta noção sobre os dados, tudo o resto vai parecer
mais fácil.
Os dados de aceleração, servem para combinar com uma ou mais mudanças
escolhidas (isto é dados coloridos escolhidos), quando estamos no nosso turno e
queremos avançar o nosso MRC, prolongando assim a utilização de um ou mais
mudanças engrenadas.
A sequencia de utilização dos dados (mudanças do MRC), terá de ser
sempre ascendente ou descendente. Nunca podemos fugir a esta ordem. A
utilização dos dados de aceleração, como são um prolongamento de uma das
mudanças, podem ser utilizados no meio ou no fim da ordem ascendente ou
descendente, dos dados coloridos escolhidos para fazer o movimento do nosso
MRC.
Utilizar a técnica do art.5 – ganhar segundos, apesar de arriscada, dá
bons segundos para descontar ao nosso tempo e pode fazer toda a diferença no
final do Rally. Além disso, podem ser utilizados para despender segundos nas
situações previstas no artigo 6, quando queremos arriscar com mais segurança.
Quando falamos em risco, é obter dos dados, 3 sinais de perigo (2 na
neve), que implicam a perda de controlo do MRC.
Quanto maior for a mudança engrenada quando terminamos o nosso
movimento, menor são os segundos que somamos ao nosso cronometro (o tempo
despendido na especial). No entanto, nem sempre é possível conseguir fazer
isso. Depende muito do percurso de cada especial e a nossa posição na estrada
em cada turno, relativamente à aproximação de uma lomba e/ou curvas (pois têm
limites de velocidade). A forma como o autor abordou estas duas especificidades
de uma prova de Rally, está muito bem estruturada e interessante, especialmente
as curvas, onde não faltam as famosas derrapagens para desenhar a curva. Neste
capítulo, o autor está de parabéns, por conseguir transportar para um jogo de
tabuleiro, todas as emoções que encontramos numa prova de Rally. Mesmo nas
lombas, o jogo está interessante, podendo fazer saltar o MRC.
A associação das cartas de mudança engrenada ao tempo obtido no
movimento está interessante e bem conseguido.
Quando perdemos o controlo do nosso MRC, o tempo perdido nessa situação
é obtida virando a carta da mudança engrenada. O virar da carta para além de
nos dizer o tempo perdido, também nos informa do que vai acontecer ao MRC, se
faz um pião ou se despista para fora da estrada.
Também está muito interessante, quando numa curva, seguimos por um
atalho e ao biscar uma carta de atalho, empurramos terra para a estrada, faz
com que a velocidade máxima em curva seja diminuída para os carros que vêm
atrás de nós.
A forma como o autor concebeu o lançamento dos dados, fazendo com que
cada um deles seja uma das mudanças do MRC, obrigando estas a serem engrenadas
de forma ascendente e descendente, ao mesmo tempo que vale um ponto de
movimento do MRC na estrada, e tendo em cada dado, símbolos de perigo quando
arriscamos lançar 3 ou mais dados podem provocar a perda de controlo do MRC,
está muito interessante, conseguido dar emoção e divertimento ao jogo, tal como
acontece na realidade.
O autor não se esqueceu dos danos que um carro pode sofrer durante uma
especial de um Rally. Estes são controlados no nosso painel de controlo de
bordo. Podemos ter necessidade de mudar um pneu furado ou melhorar o nosso MRC
permitindo uma assistência técnica no fim de cada especial. Todos os pormenores
de uma prova de Rally estão presentes de uma forma inteligente neste Rallyman.
Não foram esquecidas as variáveis climáticas e as escolhas de pneus. Contudo,
aconselhamos a utilização destas regras a jogadores mais experientes e que já
dominem o jogo.
A possibilidade de termos tempos intermédios a meio de uma especial,
também está interessante, mostrando que o autor não se esqueceu de nenhum dos
pormenores de uma prova de Rally, já que possibilita aos pilotos em prova saber
o tempo de cada um, e assim verificarem qual a sua classificação na especial e
no Rally (no caso de já estarmos a disputar a 2ª ou 3ª especial da prova).
A folha PC Course é outro pormenor de como este jogo foi construído com
todo o cuidado e atenção a todos os pormenores de uma prova de Rally. É nesta
folha que o diretor da prova, descreve o traçado de cada especial, coloca os
nomes dos pilotos e regista o tempo de cada um em cada especial. Não faltando
espaço para a data e nome da prova. É também nesta folha que assinalamos a
existência de uma assistência técnica no fim de uma especial.
Os 4 tabuleiros conseguem criar variadíssimos traçados de especiais.
As miniaturas dos MRC estão muito engraçadas, apesar da sua pequena
dimensão, enquadrando-se perfeitamente no ambiente do jogo.
Achamos que o Rallyman é um jogo que consegue transpor na perfeição,
todas as emoções de uma prova de Rally, para um jogo de tabuleiro. A mecânica
desenvolvida pelo autor está perfeita. Não pensem que os dados fazem tudo, há
que planear bem cada movimento do nosso MRC para obterem o melhor tempo
possível de cada turno de movimento, para que possamos ganhar o Rally. É um
excelente jogo de desporto que todos devem experimentar, por quem gosta de
jogos de tabuleiros relacionados com desporto e em particular, o desporto
automóvel, mas também por aqueles que tem algumas dúvidas sobre este tipo de
jogos, porque vão poder constatar que nos jogos de desporto também há
planeamento estratégico. Vale mesmo a pena jogar este jogo. Não vão dar o vosso
tempo por perdido. Recomendamos a todos a ter este jogo na sua coleção.
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Jean-Christophe Bouvier | Rallyman |
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