dreamwithboardgames
Rui Alípio Monteiro
Como nasceu a ideia que levou à criação do “Trench”?
TRENCH foi na sua génese um projecto subliminar, fruto da mais pura inspiração!
A criatividade é um dos mistérios mais insondáveis da natureza humana. Nunca sabemos quando e como aparece!
O Trench evoca e assinala um dos conflitos bélicos mais dramáticos e marcantes da história contemporânea do século XX – I Guerra Mundial. Como foi o trabalho de adaptação deste tema a um jogo abstracto?
“Tudo o que tu podes imaginar é real”, já dizia Picasso.
A temática da Trincheira é retratada duma forma abstracta e geométrica, no grafismo do tabuleiro: a linha na horizontal a representar as trincheiras; a ilusão de óptica criada entre o tabuleiro e as peças a transmitir o efeito da camuflagem existente num campo de batalha, o que obriga a jogadas ponderadas; o estilo cubista das peças a simbolizar as patentes e a pirâmide do poder; a mecânica do jogo em que no início as peças posicionam-se tacticamente no terreno e depois fazem uso estratégico da trincheira para ganharem vantagem…e outros pormenores que descobrimos a cada passo, quando estamos a jogar.
O que pode dizer sobre a história da evolução do jogo desde os primeiros esboços até ao produto final?
O esboço do tabuleiro e das peças foi desenhado à mão, num papel de dimensões reduzidas (5cmx5cm) e realizado em apenas 15 minutos.
Depois foi redimensioná-lo, também à mão, no tamanho real e de seguida passar para o desenho gráfico. A partir daí, com a ajuda de colaboradores, especialmente da nossa querida artista plástica Sónia Domingues, criei protótipos manufacturados em vidro e acrílico. O primeiro protótipo é um luxo, com gaveta, e acessórios tais como o dado e as ampulhetas, conforme se pode ver no website.
Quando fomos, em Fevereiro 2011, à Toy Fair de Nuremberga levamos também protótipos constituídos só pelo tabuleiro e peças e verificamos que mesmo num modelo simplista o TRENCH criava um grande impacto! Ninguém conseguia ficar indiferente e o stand foi muito visitado e elogiado. Definitivamente, a Toy Fair foi um grande incentivo a continuar a acreditar e a investir no TRENCH!
As regras levaram mentalmente 2 horas a criar e com o tempo tiveram que ser revistas e sintetizadas, mas sem nunca alterar os seus princípios gerais.
Onde é que vai buscar as ideias para os seus jogos? Começa pela mecânica ou pelo tema?
As ideias ocorrem circunstancialmente, de forma instintiva.
Ambos (mecânica e tema) são indissociáveis e nenhum nasce primeiro.
Em que tipo de mecânica prefere focar o processo de desenvolvimento dos seus jogos?
Numa dinâmica acelerada sem olhar para trás, desbravando terreno e criando várias alternativas pelo caminho que invariavelmente se transformam em opções.
Que nível de sorte considera aceitável nos seus jogos?
Nos meus jogos abstractos de estratégia, o factor sorte é nulo. Os jogadores têm as mesmas vantagens e dificuldades por isso o desfecho do jogo depende da estratégia, da concentração e da perícia do jogador. A vitória não é aleatória.
É um criador solitário ou a família e os amigos participam no processo de criação de um novo jogo?
Na fase da criação sou um criador solitário, daí a minha marca “Criações a Solo”. Gosto de criar a solo desde o início até ao fim, sem interrupções, nem influências! Após criar o conceito do jogo e o respectivo protótipo, aceito e procuro opiniões, especialmente da minha mulher Maria Luísa, que tem um sentido crítico apuradíssimo. É muito opinativa e a minha maior cúmplice no desenvolvimento dos projectos. Depois disso, testamos diversas vezes os jogos com a ajuda de colaboradores e amigos.
O desenvolvimento de um jogo envolve várias fases – criação, edição, testes e publicação – qual é a que mais lhe agrada? Porquê?
Sem dúvida a criação! É um fervilhar de ideias e emoções e quando chego aos testes e o conceito funciona, ainda que a necessitar de alguns ajustes, é muito gratificante!
A adrenalina que me alimenta e sustenta, só é comparável à da sentida na realização dum próximo jogo, por isso não posso esperar muito tempo ou sofro de “inanição”.
Com que frequência joga ou testa um jogo antes da publicação? Quantas vezes jogou ou testou o “Trench” antes de o publicar?
Na fase da criação, eu testo-o mentalmente! Ao passar para o papel, praticamente já sei quantas casas o tabuleiro do jogo deverá ter e com quantas peças deverá ser jogado.
Na fase do protótipo, testo-o o mais possível com a minha mulher, com a minha família e alguns amigos que de bom grado se disponibilizam para o fazer.
No caso do TRENCH e a convite do Museu da Presidência da República, a revisão técnica e o algoritmo do jogo foram devidamente analisados e testados pela Casa Militar.
Quando já estava devidamente testado, sendo um jogo abstracto puro de estratégia, desafiei a Ariana Pintor, uma campeã nacional de xadrez, a pertencer à equipa, como nossa piloto de testes. Aproveito para agradecer o seu precioso contributo que nos ajudou a tomar decisões importantes e a aprimorar algumas mecânicas do jogo.
O “Trench” é a sua primeira criação ou já criou outros jogos?
O TRENCH é o meu primogénito! Atrevo-me a dizer que é a minha obra-prima embora haja amigos que ficam divididos quando vêm o segundo jogo abstracto de estratégia, já criado.
Está a trabalhar em algum projecto neste momento? Pode dizer algo sobre ele?
Estou a criar mais jogos! Nunca mais parei de criar. Criei uma linha de jogos abstractos de estratégia e uma outra linha de jogos que denomino “Light”, didácticos e pedagógicos mas ao mesmo tempo divertidos, despretensiosos e agradáveis para um serão em família.
Com que frequência joga os seus jogos depois de serem publicados? Prefere jogar os seus ou os jogos de outros criadores?
O TRENCH é o meu primeiro jogo a ser publicado e será lançado em Outubro, em Essen.
Conto continuar a jogá-lo porque é um jogo apaixonante e atraente em que cada jogada é diferente da anterior, dependendo do parceiro e/ou da estratégia utilizada.
Os jogos que sempre joguei foram os clássicos de estratégia. Desde que comecei a criar jogos, não tenho jogado, nem conheço os jogos doutros criadores porque quero evitar que a minha criatividade sofra influências, não quero perder a originalidade. Devo ser atípico, reconheço, mas na realidade eu não conheço os jogos doutros criadores!
Quando é que se apercebeu que criar jogos era o seu sonho?
Quando descobri que há solução para tudo e na imaginação não há impossíveis! Foi o acreditar que tinha capacidade e vontade para deixar um legado.
Como se define a si próprio como criador de jogos?
Inovador, de espírito livre e sempre na busca da perfeição em cada original…
Joga apenas de vez em quando ou os jogos são parte integrante do seu quotidiano?
Jogo esporadicamente por prazer, mas também por obrigação de criação!
Qual o jogo que mais gosta de jogar? Porquê?
Qual o seu jogo favorito? Porquê?
Qual o tipo de jogo que mais gosta?
O TRENCH por fazer parte do meu ADN!
Seria hipócrita se dissesse outro jogo porque TRENCH é um jogo que tem tudo aquilo que eu valorizo: um óptimo design (sou um apaixonado pela pintura e escultura, principalmente o abstraccionismo geométrico), uma boa mecânica, muita estratégia sem ser cansativo e no final, pelo sistema de pontuação, há sempre um vencedor! Não é um jogo de empates…
Que prefere: jogar ou criar jogos?
Criar, criar, criar…
Segue, com especial atenção, algum criador de jogos?
Não, pelo motivo já referido, embora respeite e admire o trabalho e a criatividade do universo dos criadores em geral.
Quais são as suas expectativas em relação à aceitação internacional do “Trench”?
Parafraseando o comentário dum responsável por uma multinacional e “expert” na comercialização de jogos de tabuleiro, aquando da sua visita ao nosso stand, em Nuremberg: “Quem sabe se o TRENCH não será o jogo clássico do Séc. XXI?”
TRENCH marca a diferença e ninguém fica indiferente.
Mais que um jogo TRENCH é uma obra e mais do que uma obra, é uma marca!
Acredita que o “Trench” tem argumentos para ser nomeado para o próximo “SPIEL DES JAHRES”?
Se a beleza atrai, o TRENCH atrai pela beleza! Se a isso juntarmos uma forte e inovadora dinâmica a par duma memorável temática, digamos que argumentos não faltam...
Está prevista alguma apresentação em ESSEN para o “Trench?
Esta resposta fica para o Phillip responder…obrigada!
Phillip Moringer:
Sim, já está agendada uma “Live Presentation” (Apresentação ao Vivo) para o Boardgamegeek na quinta-feira às 14:00.
De qualquer forma, haverá de certeza outras apresentações.
TRENCH foi na sua génese um projecto subliminar, fruto da mais pura inspiração!
A criatividade é um dos mistérios mais insondáveis da natureza humana. Nunca sabemos quando e como aparece!
O Trench evoca e assinala um dos conflitos bélicos mais dramáticos e marcantes da história contemporânea do século XX – I Guerra Mundial. Como foi o trabalho de adaptação deste tema a um jogo abstracto?
“Tudo o que tu podes imaginar é real”, já dizia Picasso.
A temática da Trincheira é retratada duma forma abstracta e geométrica, no grafismo do tabuleiro: a linha na horizontal a representar as trincheiras; a ilusão de óptica criada entre o tabuleiro e as peças a transmitir o efeito da camuflagem existente num campo de batalha, o que obriga a jogadas ponderadas; o estilo cubista das peças a simbolizar as patentes e a pirâmide do poder; a mecânica do jogo em que no início as peças posicionam-se tacticamente no terreno e depois fazem uso estratégico da trincheira para ganharem vantagem…e outros pormenores que descobrimos a cada passo, quando estamos a jogar.
O que pode dizer sobre a história da evolução do jogo desde os primeiros esboços até ao produto final?
O esboço do tabuleiro e das peças foi desenhado à mão, num papel de dimensões reduzidas (5cmx5cm) e realizado em apenas 15 minutos.
Depois foi redimensioná-lo, também à mão, no tamanho real e de seguida passar para o desenho gráfico. A partir daí, com a ajuda de colaboradores, especialmente da nossa querida artista plástica Sónia Domingues, criei protótipos manufacturados em vidro e acrílico. O primeiro protótipo é um luxo, com gaveta, e acessórios tais como o dado e as ampulhetas, conforme se pode ver no website.
Quando fomos, em Fevereiro 2011, à Toy Fair de Nuremberga levamos também protótipos constituídos só pelo tabuleiro e peças e verificamos que mesmo num modelo simplista o TRENCH criava um grande impacto! Ninguém conseguia ficar indiferente e o stand foi muito visitado e elogiado. Definitivamente, a Toy Fair foi um grande incentivo a continuar a acreditar e a investir no TRENCH!
As regras levaram mentalmente 2 horas a criar e com o tempo tiveram que ser revistas e sintetizadas, mas sem nunca alterar os seus princípios gerais.
Onde é que vai buscar as ideias para os seus jogos? Começa pela mecânica ou pelo tema?
As ideias ocorrem circunstancialmente, de forma instintiva.
Ambos (mecânica e tema) são indissociáveis e nenhum nasce primeiro.
Em que tipo de mecânica prefere focar o processo de desenvolvimento dos seus jogos?
Numa dinâmica acelerada sem olhar para trás, desbravando terreno e criando várias alternativas pelo caminho que invariavelmente se transformam em opções.
Que nível de sorte considera aceitável nos seus jogos?
Nos meus jogos abstractos de estratégia, o factor sorte é nulo. Os jogadores têm as mesmas vantagens e dificuldades por isso o desfecho do jogo depende da estratégia, da concentração e da perícia do jogador. A vitória não é aleatória.
É um criador solitário ou a família e os amigos participam no processo de criação de um novo jogo?
Na fase da criação sou um criador solitário, daí a minha marca “Criações a Solo”. Gosto de criar a solo desde o início até ao fim, sem interrupções, nem influências! Após criar o conceito do jogo e o respectivo protótipo, aceito e procuro opiniões, especialmente da minha mulher Maria Luísa, que tem um sentido crítico apuradíssimo. É muito opinativa e a minha maior cúmplice no desenvolvimento dos projectos. Depois disso, testamos diversas vezes os jogos com a ajuda de colaboradores e amigos.
O desenvolvimento de um jogo envolve várias fases – criação, edição, testes e publicação – qual é a que mais lhe agrada? Porquê?
Sem dúvida a criação! É um fervilhar de ideias e emoções e quando chego aos testes e o conceito funciona, ainda que a necessitar de alguns ajustes, é muito gratificante!
A adrenalina que me alimenta e sustenta, só é comparável à da sentida na realização dum próximo jogo, por isso não posso esperar muito tempo ou sofro de “inanição”.
Com que frequência joga ou testa um jogo antes da publicação? Quantas vezes jogou ou testou o “Trench” antes de o publicar?
Na fase da criação, eu testo-o mentalmente! Ao passar para o papel, praticamente já sei quantas casas o tabuleiro do jogo deverá ter e com quantas peças deverá ser jogado.
Na fase do protótipo, testo-o o mais possível com a minha mulher, com a minha família e alguns amigos que de bom grado se disponibilizam para o fazer.
No caso do TRENCH e a convite do Museu da Presidência da República, a revisão técnica e o algoritmo do jogo foram devidamente analisados e testados pela Casa Militar.
Quando já estava devidamente testado, sendo um jogo abstracto puro de estratégia, desafiei a Ariana Pintor, uma campeã nacional de xadrez, a pertencer à equipa, como nossa piloto de testes. Aproveito para agradecer o seu precioso contributo que nos ajudou a tomar decisões importantes e a aprimorar algumas mecânicas do jogo.
O “Trench” é a sua primeira criação ou já criou outros jogos?
O TRENCH é o meu primogénito! Atrevo-me a dizer que é a minha obra-prima embora haja amigos que ficam divididos quando vêm o segundo jogo abstracto de estratégia, já criado.
Está a trabalhar em algum projecto neste momento? Pode dizer algo sobre ele?
Estou a criar mais jogos! Nunca mais parei de criar. Criei uma linha de jogos abstractos de estratégia e uma outra linha de jogos que denomino “Light”, didácticos e pedagógicos mas ao mesmo tempo divertidos, despretensiosos e agradáveis para um serão em família.
Com que frequência joga os seus jogos depois de serem publicados? Prefere jogar os seus ou os jogos de outros criadores?
O TRENCH é o meu primeiro jogo a ser publicado e será lançado em Outubro, em Essen.
Conto continuar a jogá-lo porque é um jogo apaixonante e atraente em que cada jogada é diferente da anterior, dependendo do parceiro e/ou da estratégia utilizada.
Os jogos que sempre joguei foram os clássicos de estratégia. Desde que comecei a criar jogos, não tenho jogado, nem conheço os jogos doutros criadores porque quero evitar que a minha criatividade sofra influências, não quero perder a originalidade. Devo ser atípico, reconheço, mas na realidade eu não conheço os jogos doutros criadores!
Quando é que se apercebeu que criar jogos era o seu sonho?
Quando descobri que há solução para tudo e na imaginação não há impossíveis! Foi o acreditar que tinha capacidade e vontade para deixar um legado.
Como se define a si próprio como criador de jogos?
Inovador, de espírito livre e sempre na busca da perfeição em cada original…
Joga apenas de vez em quando ou os jogos são parte integrante do seu quotidiano?
Jogo esporadicamente por prazer, mas também por obrigação de criação!
Qual o jogo que mais gosta de jogar? Porquê?
Qual o seu jogo favorito? Porquê?
Qual o tipo de jogo que mais gosta?
O TRENCH por fazer parte do meu ADN!
Seria hipócrita se dissesse outro jogo porque TRENCH é um jogo que tem tudo aquilo que eu valorizo: um óptimo design (sou um apaixonado pela pintura e escultura, principalmente o abstraccionismo geométrico), uma boa mecânica, muita estratégia sem ser cansativo e no final, pelo sistema de pontuação, há sempre um vencedor! Não é um jogo de empates…
Que prefere: jogar ou criar jogos?
Criar, criar, criar…
Segue, com especial atenção, algum criador de jogos?
Não, pelo motivo já referido, embora respeite e admire o trabalho e a criatividade do universo dos criadores em geral.
Quais são as suas expectativas em relação à aceitação internacional do “Trench”?
Parafraseando o comentário dum responsável por uma multinacional e “expert” na comercialização de jogos de tabuleiro, aquando da sua visita ao nosso stand, em Nuremberg: “Quem sabe se o TRENCH não será o jogo clássico do Séc. XXI?”
TRENCH marca a diferença e ninguém fica indiferente.
Mais que um jogo TRENCH é uma obra e mais do que uma obra, é uma marca!
Acredita que o “Trench” tem argumentos para ser nomeado para o próximo “SPIEL DES JAHRES”?
Se a beleza atrai, o TRENCH atrai pela beleza! Se a isso juntarmos uma forte e inovadora dinâmica a par duma memorável temática, digamos que argumentos não faltam...
Está prevista alguma apresentação em ESSEN para o “Trench?
Esta resposta fica para o Phillip responder…obrigada!
Phillip Moringer:
Sim, já está agendada uma “Live Presentation” (Apresentação ao Vivo) para o Boardgamegeek na quinta-feira às 14:00.
De qualquer forma, haverá de certeza outras apresentações.
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