Uma expansão de Carcassonne de
Klaus-Jürgen Wrede, para 2 a 6 jogadores a partir dos 8 anos de idade.
Carcassonne:
A Torre é ainda outra expansão do fantástico e viciante jogo de tabuleiro. A
Torre é exatamente aquilo de que estão à espera – uma Torre que cai na mesa de
jogo e que serve para… algo? A sério? Embora não pareça ter grande utilidade, a
titular torre mostra-se imponente e pelo menos chama à atenção dos que passam –
é tipo uma enorme Torre de Jenga, mas menos divertida! E a história da Torre?
Bem, ao que parece os senhores decidiram construir torres de vigia que também
funcionam como prisões – algo como uma certa torre de uma famosa cidade, mas
com pormenores menos grotescos. Será que a Torre ser erguerá como uma
fantástica expansão? Ou será apenas mais um bloco de cartão no canto da nossa
estante? Vamos descobrir – bem, vocês vão, pois nós já o fizemos antes de
escrever isto…
Os Senhores
do Reino decidiram começar a construir torres, para poderem vigiar os seus
inimigos e aprisionar os seus seguidores. As Torres permitem capturar os
meeples adversários ortogonalmente e tornam-se numa nova camada de proteção e
numa nova arma de ataque contra os adversários.
Componentes
» 18 peças
de cenário
» 30 peças
de torre, em madeira
» 1
distribuidor de peças de cenário, em forma de torre
Preparação
Baralham-se as 18 novas peças de cenário, tal como no
jogo base, e colocam-se no distribuidor, com a face para baixo. A Torre é então
colocada ao alcance de todos. De seguida, distribuem-se as peças de torre em
madeira pelos jogadores (2: 10; 4: 7; 5: 6… etc.), que as colocam à sua frente.
É grande, mas a sua utilidade é limitada.
Ao longo do jogo
As regras de
colocação de peças de cenário são idênticas às do jogo original, é indiferente
se é uma peça de cenário normal ou se contém os alicerces de uma torre. Quando
o jogador termina a colocação, pode escolher uma de quatro ações: colocar um
seguidor (base), colocar uma das peças de torre em quaisquer alicerces de
torre, colocar uma peça de torre sobre outra já colocada ou colocar um seguidor
(da sua área) no topo de uma torre, fechando-a.
Colocar peças de torre e fazer prisioneiros
Quando
coloca uma peça de torre de madeira, o jogador pode aprisionar um dos
seguidores adversários, mas apenas se ele se encontrar numa linha ortogonal que
começa no espaço da torre. O alcance varia consoante a altura da torre.
Como raio é que se sobe para o 2º andar?
Colocar um
seguidor no topo de uma torre
Quando um
jogador coloca um seguidor no topo de uma torre, esta é fechada e não pode ser
aumentada. O seguidor fica lá até ao final do jogo, não podendo ser aprisionado
ou devolvido ao seu jogador.
Troca de
Prisioneiros
Se os jogadores tiverem, ambos, um prisioneiro
adversário, podem fazer uma troca direta e reaver o seu respetivo seguidor. Um
jogador também pode pagar para reaver o seu seguidor, mas isso custa-lhe pontos
de vitória (e oferece alguns ao adversário).
Análise ao Jogo
Receção
Novamente,
Carcassonne é um jogo tão conhecido que é difícil não ter jogado, visto ou
tropeçado em alguma edição aqui ou ali. É um daqueles jogos de tabuleiro que se
tornou mainstream e que agora já
conseguimos começar a odiar! Quer dizer, nós não, mas de certeza que muita
gente já se encontra farta do pequeno jogo que conseguiu. É por isso que uma
expansão aqui ou ali é algo bastante interessante, pois acaba por injetar nova
vida a um clássico fantástico.
Vá lá, é uma
Torre! Claro que queremos experimentar um jogo que tem uma torre gigante. O
Camel Up é 150% mais interessante porque tem uma Pirâmide… e Carcassonne tem
uma Torre! Embora não seja a expansão mais completa e mais apetrechada, pelo
menos queremos experimentar.
Tema/Objetivo
Oh não… o
terrível senhor do outro lado da cidade construiu uma torre para aprisionar…
ah… alguém? Da última vez que vimos, Carcassonne era tudo menos um jogo que
envolvia tortura – exceto quando se joga com pessoal agarrado ao telemóvel. Mas
a sério, a Torre acaba por entrar no “contexto” do jogo, embora não haja grande
desenvolvimento do que devemos fazer com ela, a não ser, como é claro, fazer
uso das suas capacidades de remoção de direitos humanos (meeplanos?).
Com a adição
d’A Torre, Carcassonne torna-se um jogo em que, para além de construirmos
pacificamente a nossa cidade, podemos aprisionar os meeples adversários, o que
acabar por, como é claro, prejudicar os nossos adversários.
Mecânica/Regras
A Torre
adiciona apenas uma regra nova – a Torre (óbvio), mas esta influencia o jogo de
várias formas:
Construir uma Torre
As novas
peças trazem uma ilustração dos alicerces de uma torre, e permitem que uma
torre seja erigida nesse mesmo espaço. Ao longo dos turnos, os jogadores vão
fazendo crescer as torres, até que conseguem aprisionar os meeples adversários
(mais sobre isto de seguida).
Aprisionar Meeples
Para dar alguma utilidade à torre para além de fazer
sombra, o jogador pode aprisionar os meeples adversários que se encontram em
linhas ortogonais (cujo alcance depende da altura da torre) e cujo jogador está
distraído ou é particularmente azarado. Isto acrescenta um fator de estratégia
e de sacanice que ainda não tinha sido visto anteriormente neste jogo, e que apreciámos
bastante! Estes prisioneiros podem ser trocados mais tarde.
Mais andares, mais poder… mais tortura!
Tapar a Torre
Quando um
jogador quiser fechar uma torre, pode fazê-lo abdicando de um meeple que é
colocado no topo da mesma. Esta ação previne futuros “ataques” mas também faz
com que o jogador tenha menos um seguidor para escravizar.
“I’m the King of the
World…”
Componentes/Artwork
As peças
são, como já seria de esperar, similares às do jogo-base, apenas apresentando
uma nova ilustração que representa os alicerces de uma torre (e uma peça que
apresenta uma ponte que atravessa uma cidade).
Um exemplo de ótimo planeamento o urbano!
Este jogo
também se faz acompanhar de uma torre construída em cartão, que é muito bonita
e é um bibelô bastante interessante. Fora isso, a sua utilidade é criar um jogo
mais arrumado, tendo espaço para guardar as peças de terreno. É de notar que a
torre é particularmente bem construída, sendo bastante difícil de a deitar
abaixo acidentalmente. Finalmente, o jogo contém também um conjunto de madeira
que formam as torres. Estas são simples mas encaixam na imagem do jogo, não
sobressaindo demasiado.
Jogabilidade/Interação
Tal como na
Princesa e o Dragão, a Torre traz um elemento de interação que faz com que
Carcassonne se pareça mais com um jogo e menos com um simulador de construção
de cidades online – onde a interatividade é bastante limitada. A função base da
torre – aprisionar meeples adversários - faz com que o jogo promova o
pensamento calculista e a malícia antes de cada jogada. Afinal de contas, a
partir de agora é necessário procurar o melhor lugar onde colocar uma torre e
aprisionar os adversários.
Estratégia/Dificuldade
As
alterações que este jogo traz são talvez mais simples que as regras do jogo
base. Não é necessário ler e reler regras para compreender o que seja, tudo é
simples (por vezes até demasiado) e fácil). Contudo, embora as regras sejam
fáceis de compreender, isso não significa que a sua aplicação não influencie
drasticamente o jogo.
No mundo de Carcassonne não existem diagonais…
A colocação
das peças de terreno torna-se agora um elemento crucial do jogo, algo que deve
ser explorado ao máximo para poder tirar partido das “linhas de ataque” que as
torres providenciam. A colocação inteligente de uma peça de torre pode
destronar um jogador num abrir e fechar de olhos.
Originalidade/Criatividade
Honestamente,
esta não é a expansão mais original, e podia ter sido mais desenvolvida, ficando
por vezes a saber a pouco. A regra das torres é uma adição interessante que
modifica o jogo mas não é tão empolgante como um dragão a devorar princesas
(era assim? Na nossa cabeça é!!!). Para nos fazer gastar mais umas dezenas de
euros nesta expansão, talvez algo mais fosse interessante.
Preparação/Começar a Jogar
Na boa
tradição de Carcassonne, começar a jogar é tão simples como abrir a caixa. A
torre até já vem montada portanto a única coisa que é necessário fazer é
colocar as peças na mesma, abrir o saquinho de plástico com as torres de
madeira, discutir qual a melhor forma de tirar as peças e… é isso. Podemos
começar!
Caixa do Jogo/Apresentação
Bem, esta é
uma caixa significativamente diferente, e a única razão é porque já traz uma
torre construída dentro dela. Embora não seja fácil de arrumar, pelo menos é
original! Lá dentro, a história é a mesma de sempre: cartão, instruções, peças
e sacos de plástico – nada de muito novo.
Um dos
aspetos que mais apreciámos nas expansões de Carcassonne é a forma como todas
se integram com o jogo base. O grafismo é similar, e nunca destoa do original,
o que cria um sentimento de imersão e nos permite usar mais que uma expansão,
nunca sentindo que algo não faz parte.
Preço/Vale o Dinheiro
Na MasQueOca esta expansão vende por 16,25€, o
que, para o que esta oferece em termos de “coisas” e “coisas para fazer”… ah…
fica um pouco aquém das expectativas. Pelo menos quando comparada com as
restantes expansões. É uma ótima forma de mudar o jogo e encaixa perfeitamente
no cenário que se vai construindo, mas, honestamente, sabe a pouco.
Conclusão/Duração/Diversão
Carcassonne:
A Torre é uma expansão que traz um pouco mais de vida ao jogo original.
Todavia, as suas próprias limitações fazem com que nos deixe com ainda mais
fome. É mais bem apreciado quando combinado com as restantes expansões e, por
isso, aconselhamos a compra de pelo menos mais uma quando adquirirem a Torre.
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