Um jogo de Christophe Borgeat, com a duração de 15 a 45
minutos, para 2 a 6 jogadores a partir dos 8 anos de idade.
Objetivo do
Jogo
Em Shafausa, cada jogador tenta alcançar o maior
número de pontos de vitória, enquanto desenvolve as suas vilas. Isto pode ser
alcançado de várias formas. Cada jogador representa uma tribo Helvética que vem
propor um novo sistema monetário baseado na troca de recursos. Em cada ronda,
os jogadores fazem compras (edifícios, minas, armazéns), trocam moeda e nestas
transações influenciam o mercado, para a prosperidade das suas regiões. À
medida que o jogo avança, é possível alterar os valores de compra e venda de
forma a poder desenvolver a melhor solução.
Componentes
» 1 tabuleiro de administração (dois lados)
» 7 tabuleiros de recursos
» 8 tabuleiros de jogador
» 6 tabuleiros de mineiro
» 6 cartas de ajuda
» 6 x 4 peças cilíndricas coloridas (1 cor por jogador)
» 1 saco preto
» 280 cubos de recursos:
- 50 castanhos (madeira),
- 50 cinzentos (pedra),
- 50 azuis (ferro),
- 40 pretos (carvão),
- 40 laranja (cobre),
- 25 brancos (prata),
- 25 amarelos (ouro),
» Moedas Chafouin com valores 1, 5, 10, 50,
» 5 x 11 Blocos de Construção e 2 Blocos de Gabinete dos
Engenheiros
» 80 minas (dois lados),
» 14 marcadores de transação de mercado (2 por recurso com uma
cruz no verso -
somente para versão GEEK),
» 26 blocos "configuração" (apenas para versão
COLONIAL),
» 24 cartas de PODER (3 por tribo) (somente para versão GEEK),
» 1 carta de pontuação de 2 lados;
» Regras Família (1 folheto de 2 lados);
» O "livro de regras".
Quadros de Marcação
Nestes quadros, que também se podem encontrar na
caixa, registam-se os dados sobre os jogadores e o jogo. Podem ser copiados e
impressos para evitar gastar os incluídos ou se os mesmos se esgotarem.
Versões do Jogo
Shafausa apresenta três variantes:
GEEK: versão base do jogo, com um certo nível de dificuldade.
FAMILIAR: versão simplificada mais acessível e rápida.
COLONIAL: versão baseada na GEEK que apresenta uma pequena variação.
Configuração
O tabuleiro de administração e o de recursos (lado
GEEK) são colocados na mesa. Cada jogador escolhe uma cor e recebe um tabuleiro
de jogador, lado LEGEND (lenda), um de mineiro lado GEEK e uma carta de ajuda
com o lado GEEK para cima.
Cada jogador coloca uma peça da sua cor na sua
primeira vila (tabuleiro do jogador), outra junto à ordem de jogo no tabuleiro de
administração, a terceira ao lado do seu número de mineiros e a última ao lado
dos seus armazéns (tabuleiro de mineiros).
Cada jogador recebe a quantia de chafouins indicada
no seu tabuleiro de jogador. O restante é colocado na mesa ao alcance de todos.
Todos os blocos de edifício (à exceção do "Gabinete dos Engenheiros")
com a imagem correspondente ao número de jogadores serão usados; os outros não
são necessários para este jogo. (exemplo: com 4 jogadores, usam-se os blocos 2,
3, 4).
No tabuleiro de jogador, os edifícios e minas estão
assinalados. É importante colocar um bloco de edifício no espaço providenciado
(o seu número é limitado).
Como Jogar
O jogo é jogado em várias rondas. Cada ronda tem 7
fases. Em cada ronda, cada jogador joga à vez a primeira fase, depois, cada um
joga a segunda e por aí em diante até que as 7 sejam jogadas. Nesse momento,
uma nova ronda pode ser iniciada e isto continua até o jogo terminar. As 7
fases de uma ronda são:
1. Extração: Minas e edifícios produzem recursos,
alguns edifícios podem afetar a produção de minas.
2. Ordem de jogo: Através de um sistema de leilão,
a ordem do jogo é definida.
3. Comprar Propriedades e Construir Armazéns: Aqui
os jogadores podem comprar propriedades que são emitidas aleatoriamente assim
como construir até 2 armazéns – para armazenar recursos.
4. Gestão: Nesta fase os jogadores podem construir
minas, aumentar o número de mineiros, construir propriedades e comprar ou
vender recursos.
5. Administração: Nesta fase os jogadores decidem
se querem armazenar os seus recursos ou vendê-los (os em excesso têm de ser
vendidos). Surgem também novos edifícios para comprar e construir.
6. Especulação: Nesta fase os jogadores “especulam”
sobre o preço de recursos, isto é, podem influenciar a subida ou descida do
preço de um recurso específico, segundo algumas regras.
7. Fim do Jogo: O jogo termina quando uma das
seguintes condições é cumprida: uma das 5 vilas do jogador foi construída e
preenchida ou um dos 11 armazéns do jogador foi construído e preenchido. Se for
o caso, o jogo termina e os pontos de vitória são contados. O jogador que tem
mais pontos de vitória ganha. No caso de empate, o vencedor é o que tiver mais
chafouins. Se ainda existir um empate então todos os que estão empatados são
declarados vencedores. Mais informações sobre como contar PV podem ser
encontradas no livro de regras em português disponibilizado abaixo.
Regras das
Variações
Pode encontrar as regras sobre as variações, assim
como as informações sobre os blocos de edifícios, blocos de configuração para a
variante colonial, regras sobre as cartas de poder e outras informações nos
livros de regras disponibilizados.
Análise ao Jogo
GERAL
Shafausa é um jogo que à primeira vista, não causa
uma impressão significativa. A sua estética e o facto que se apresenta como um
jogo de gestão de mercados pode afastar alguns jogadores mas a sua versatilidade
e a forma simplicista como se apresenta é atraente, rapidamente se mostra de
fácil aprendizagem e de objetivos simples. O jogo desenrola-se num ritmo não
muito rápido, com bastantes decisões para se tomar, no entanto, a
sistematização das mesmas acaba por simplificar o processo. É similar a muitos
outros títulos que se centram no sistema de mercado mas oferece variações como
o desenvolvimento das vilas e construção de edifícios.
ABRIR A
CAIXA
A caixa em si apresenta um design interessante, se
bem que algo escuro – muito devido à temática. Nota-se um grande peso antes de
a abrir, prevendo-se uma grande quantidade de componentes. Ao abrir a mesma
encontrámos vários manuais, em várias línguas, sendi isto a razão do peso
referido. A quantidade de componentes continua a ser imensa no entanto. Para
além dos básicos, a caixa traz vários contentores de plástico para usar durante
o jogo (armazenamento dos recursos) que facilitam imenso a arrumação. Um aspeto
bastante positivo que dá resposta à grande quantidade de componentes. A caixa
está bem dividida e todos os componentes se organizam facilmente.
FACILIDADE
DE MONTAGEM
A montagem do jogo não é complicada, os tabuleiros de recurso encaixam
perfeitamente no tabuleiro de administração e com uma leitura atenta do manual,
o processo é bastante acessível. O manual poderia no entanto ter mais
ilustrações do processo de montagem, onde fosse mais evidente onde figura o
quê, os esquemas presentes elucidam bem a organização necessária mas com tanto
espaço no manual, mais algumas pequenas explicações poderiam auxiliar o processo.
Apenas a separação dos componentes pode ser algo maçadora.
COMPONENTES
Os componentes do jogo, numa primeira impressão
parecem interessantes, mas, após uma observação cuidada, mostram algumas
lacunas que poderiam ter sido evitadas. Para começar, a ilustração escura e o
tamanho e cor da fonte dificultam a visualização, apenas nos é possível jogar
este jogo com bastante iluminação dado que alguns tabuleiros já por si só
escuros têm neles números impressos a preto. Os marcadores de ronda, mineiros,
etc. são algo que também poderia ter sido mais trabalhado, algo temático talvez
criasse um melhor ambiente. Os simples marcadores de plástico dos jogos
clássicos fazem o que é necessário mas destoam do resto do jogo. Os tabuleiros
encaixam sem qualquer problema, que em muito facilita o processo de montagem. O
aspeto que consideramos mais desagradável foi o facto que o material de algumas
peças destacáveis (edifícios, blocos, etc.) pode cortar de tão afiadas as suas
arestas.
ASPETO/GRAFISMO
Shafausa é um jogo que apresenta uma estética
simples mas agradável, com várias influências do fantástico, tolkianas e
místicas. Embora como já referimos, o jogo padeça do problema de ser demasiado
escuro, com a iluminação certa o jogo não é prejudicado. Esteticamente é bem
conseguido, os tabuleiros dispoê-se na mesa de forma criativa e funcional e a
iconologia é objectiva.
JOGABILIDADE
Sem dúvida, a jogabilidade é o ponto mais forte
deste jogo, tornou-se uma experiência bastante agradável e até hilariante poder
trocar as voltas e fazer a vida negra aos adversários. Embora a sua premissa
seja simples e não exija grandes estratégias, o jogo pode tornar-se bastante
competitivo, principalmente quando um jogador se destaca e todos os outros
decidem jogar contra ele, mantendo o equilíbrio.
Todas as fases, após algumas rondas, se tornam
naturais e raramente há necessidade de consultar as regras, apenas para a
função de uma carta de PODER ou de um edifício. O jogo no entanto, não deixa de
ser algo árduo de compreender numa primeira instância, o manual pode tornar-se
algo confuso, muito devido a alguns termos que não são explicados em pormenor.
Ao longo da ronda obtemos oportunidades de bloquear
o avanço dos adversários, aqui, é onde a maior interatividade do jogo se
mostra, podendo alterar preços de recursos, comprar ou remover edifícios e por
aí em diante. Mesmo com o mencionado, a interacção não é muita, podendo o jogo
tornar-se uma competição mas onde cada jogador se centra a maior parte do tempo
no seu jogo.
A componente de construção e desenvolvimento das
regiões foi um dos aspectos que mais apreciamos, dando grande versatilidade ao
jogo, a versão COLONIAL ofereceu também configurações iniciais diferentes que
nos fazem considerar novas rotas e estratégias. O mercado de recursos tornou-se
algo maçador de gerir, mas como ocupa somente uma pequena parte da ronda é um
mal menor que não tira grande mérito ao jogo.
COMPLEXIDADE DAS REGRAS
As regras do Shafausa não são particularmente
complicadas, apenas o manual de instruções é que por vezes pode complicar a sua
aprendizagem. Algo como um exemplo completo de jogo poderia ajudar a o processo
assim como a explicação de termos específicos. Neste tipo de jogo aconselha-se
que se leia o manual e discutam as regras para que todos estejam a par das mesmas,
antes de jogar.
REJOGABILIDADE
O jogo apresenta inicialmente três versões, as
mesmas, embora não alterem muito do jogo são formas alternativas de jogar o
mesmo, que sempre injetam alguma variedade. O jogo também varia bastante
consoante o número de jogadores dado que isso altera os edifícios disponíveis.
A variedade de tribos, a limitação das cartas por jogo e outros aspectos fazem
com que haja grande rejogabilidade e a experiência se expanda.
TEMÁTICA
O jogo apresenta uma temática com grandes influências
do fantástico, as raças em muito lembram os livros de Tolkien e nota-se uma
grande ligação a narrativas High Fantasy. Os elementos que ligam este jogo à
Suíça são evidentes, desde o mapa incluído na caixa até às regiões e a
paisagem. A própria editora apresenta uma pequena chamada de atenção que
corrobora essa intenção. O jogo sem dúvida que agradará aos amantes deste tipo
de ambiente, onde reina a imaginação e o fantástico.
CONCLUSÃO
Mesmo apresentando uma série de pequenos problemas,
Shafausa é um jogo que prima pelas experiências que proporciona ao jogador. É
um jogo que apenas pode ser apreciado na totalidade quando jogado com um grupo
de amigos, onde prometemos que reinará a discórdia e o caos.dreamwithboardgames | |
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Christophe Borgeat | Helvetia Games |
Comprar o Jogo | BoardGameGeek |
Regra do Jogo | |
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Shafausa | Geek / Colonial |
Família | Blocos / Ícones |
Cartas de Poder | Memo BW |
Memo CL | - |
Paulo Santos | |
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Diogo Silva | |
Diogo Silva
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Paulo Santos | |
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