Um jogo de Rodrigo Paiva Inácio Lima, Martin Norris, Marcelo de Almeida Nunes e Luiz Carlos Vieira, para 2 a 6 jogadores, a partir dos 10 anos com duração de 30 a 45 minutos.
Componentes:
1 Tabuleiro Casarão
com Três Andares
64 Peças de Objetos
16 Marcadores Zumbi
1 Livro de Regras
Multilingue
9 Cartas de Plano de
Fuga
6 Marcadores de
Jogador Zumbi
6 Marcadores de
Jogador Humano
6 Cartas de Personagem
(Duplo Verso)
Preparar o Jogo:
- Coloca o tabuleiro
sobre a mesa e coloca um zombie em cada divisão (parte da casa) do casarão
assinalada com a nuvem de cor vermelha.
- Cada jogador escolhe
a sua cor. Distribui as cartas de Personagem em conformidade. Cada jogador
coloca o seu marcador de jogador humano no sótão (o lugar marcado com a estrela
de cor roxa) e deixa os que sobrarem fora do jogo.
- Embaralha as cartas de Plano de Fuga, formando um baralho, e daí retira ao acaso um número de cartas igual a um a menos que o número de jogadores (Ex: para 5 jogadores retira 4 Planos de Fuga). Essas cartas deverão ser colocadas com a face voltada para cima, de forma a ficarem visíveis para todos os jogadores durante toda a partida. As demais cartas desse tipo são retiradas de jogo.
- Separa as Peças de Objeto que serão usadas na partida de acordo com o número de participantes. Para descobrir quantas peças de cada tipo devem ser usadas, consulta a tabela abaixo: Observação: Esta separação tem como objetivo facilitar o jogo. Se achares trabalhoso demais dividir as peças, então usa todas as peças independentemente do número de jogadores.
- Divide as Peças de
Objeto que serão usadas na partida de acordo com suas cores/símbolos (vermelho,
verde e azul). Mistura-as e coloca-as com a face voltada para baixo, formando
assim três pilhas distintas.
- Escolhe ao acaso quem será o primeiro jogador. O jogo continua no sentido contrário aos ponteiros do relógio. Em caso de dúvida, o primeiro jogador será aquele que foi mordido mais recentemente (o jogador deve mostrar as marcas!).
Objetivo do Jogo
O objetivo é conseguir
fugir do casarão usando um dos Planos de Fuga disponíveis sobre a mesa. Para
tal, os jogadores deverão encontrar todos os objetos necessários para completar
esse plano e dirigir-se para a divisão indicada no plano de fuga.
Caso ninguém o consiga
fazer, e todos os jogadores sejam transformados em zombies, todos os zombies
ganham, exceto o último jogador a se tornar um zombie. Consideram-se divisões
as partes da casa cujo acesso está assinalado com uma porta.
NOTA: Os jogadores
poderão mudar de plano, para qualquer outro plano aberto, a qualquer momento
caso assim o desejem, sem qualquer tipo de penalização! Lembra-te que a escolha
do plano de fuga é secreta.
Como Jogar
O jogo acontece em
turnos, começando com o primeiro jogador e prosseguindo para o jogador
seguinte, no sentido contrário aos ponteiros do relógio.
No seu turno, o
jogador na sua vez (jogador ativo) deve seguir os seguintes passos:
Gastar até 4 pontos
de ação, se ainda for humano OU fazer ações Zombie, se for Zombie
- 1pt Mover marcador de jogador humano (+1pt por zumbi na divisão);
- 1pt Procurar objetos* (2pts na segunda vez);
- 1pt Trocar uma peça com um outro jogador na mesma divisão;
- 1pt Fazer barulho* na divisão atual;
- 0pt Usar uma peça de ação especial da mão (ler o texto relacionado com a peça).
*Estas ações causam o
movimento de zombies em divisões adjacentes; todos os zombies de cada divisão
adjacente -1 deslocam-se para a divisão do jogador ativo.
Ataque dos zombies
na divisão atual (se humano/ não infetado)
Se houver zombies na
mesma divisão do jogador ativo e este ainda não estiver infetado, os zombies
atacam esse jogador (o jogador pode gastar peças da sua mão para o evitar). O
jogador fica então infetado e coloca o marcador de jogador zombies na
progressão de doença na posição “1” (lado humano da sua carta de Personagem).
Avançar o marcador
de jogador zombie na progressão de doença (se humano/já infetado)
Se o jogador ativo já está infetado com a doença zombie, no final de cada
turno avança o marcador de jogador zombie mais uma posição na progressão de
doença (ao fundo, no lado humano da carta de Personagem). Se o valor máximo (5)
for excedido nesse turno, então o jogador vira a face zombie da sua carta de
Personagem para cima, ocultando o lado humano, e descarta as peças da sua mão.
Esse jogador inicia o seu próximo turno como jogador zombie. Não ocorre no
turno em que o jogador foi atacado por zombies e ficou infetado: nesse caso, simplesmente
coloca-se o marcador em (1).
Regras de Movimento dos Zombies
Sempre que um jogador
humano realiza uma ação que chama a atenção dos zombies (procurar um objeto ou
fazer barulho), os zombies que estão em uma divisão adjacente à divisão do
jogador movimentam-se no fim desta ação. O movimento dos zombies é sempre feito
saindo da divisão adjacente onde se encontram, e entrando na divisão que chamou
a sua atenção.
Se a divisão adjacente
contiver apenas um zombie, então este zombie move-se para a divisão que lhe
chamou à atenção. Se a divisão adjacente contiver mais de um zombie, então
todos os zombies menos um movem-se para esta divisão, ou seja, quando existe
mais que um zombie numa divisão e eles se movimentam, um deles fica para trás.
Ações dos Jogadores Zombie
Quando um jogador se
torna zombie, ele passa a jogar de forma diferente, mas não sai do jogo,
podendo até ganhar o jogo (vê as Condições de Vitória abaixo). No momento em
que um jogador se torna um zombie, ele deve descartar todas as Peças de Objeto
da sua mão. Estas peças devem ser misturadas novamente com as pilhas respetivas.
O jogador também deve
virar a sua carta de Personagem para indicar que agora ele é um zombie,
voltando a face que mostra um zombie para cima. O marcador de jogador zombie
que o jogador usou para assinalar a progressão de doença é agora usado em vez
do seu marcador de jogador humano. O jogador zombie já não tem ao seu dispor 4
Pontos de Ação para gastar. Em vez disso, o jogador pode realizar as seguintes
ações no seu turno:
Condições de Vitória
O jogo termina assim
que um jogador conseguir fugir do casarão usando um dos Planos de Fuga, depois
de ter conseguindo encontrar todos os objetos necessários para o completar e ir
até o local indicado no plano, ou quando todos os jogadores forem transformados
em zumbis.
Vitória ao escapar
do casarão
Se um jogador
conseguir juntar todos os símbolos que aparecem num Plano de Fuga sobre a mesa usando
as Peças de Objeto nele mencionadas, e se estiver no quarto indicado nesse
Plano de Fuga, então este jogador consegue escapar do casarão e vence o jogo.
Nota que para isso é preciso ter uma Peça de Objeto para cada símbolo do Plano
de Fuga.
Vitória da horda zombie
Se todos os jogadores
forem transformados em zombies,
então todos os jogadores zombies
são vencedores do jogo À EXCEÇÃO DO ÚLTIMO A SE TORNAR UM ZOMBIE ou seja, o
único perdedor é o último jogador que se tornou zombie.
O Turned é um jogo que
nos despertou alguma curiosidade, a sua temática e suposta mecânica
fora-do-comum pareceram-nos bastante apelativas. O ambiente do jogo, confinado
a uma mansão repleta de zombies parecia algo claustrofóbico, as formas de
escapar à horda que aparentavam ser hilariantes e o facto que existe a
possibilidade de nos “aliarmos” involuntariamente à horda e atacar os outros
jogadores contribuíram para que o momento de finalmente jogar o jogo fosse de
grande antecipação.
A primeira coisa que
notamos foi o tamanho da caixa, bastante reduzido e de fácil acomodação, a
ilustração com tons monocromáticos poderia ter tido mais algum trabalho, como
se trata de um jogo casual que pretende causar algumas gargalhadas, uma
ilustração menos séria talvez fosse mais adequada ao público-alvo. Ao abrirmos
a caixa notamos algo a que infelizmente já estamos habituados, embora a caixa,
devido às suas dimensões, tenha o tamanho ideal para o tabuleiro e manuais, os
restantes componentes têm de ser mantidos em saquinhos ou amarrados com
elásticos.
Ao lermos o manual,
que explica razoavelmente bem como jogar o jogo (algumas ilustrações nos
exemplos teriam ajudado o processo) deparamo-nos com um jogo que se revela
casual e onde o elemento “sorte” está presente. O manual explica o processo de
preparação para o número de jogadores, consoante o mesmo, retiram-se peças de
objeto. O manual indica também que caso este processo seja trabalhoso se podem
usar todas as peças em qualquer tipo de jogo. Durante os testes rapidamente nos
apercebemos que o trabalho de separação é moroso e que portanto a segunda opção
é a mais viável, também porque aumenta a “dificuldade” do jogo – o mesmo
raramente se torna complicado.
Ao abrirmos o
tabuleiro, rapidamente nos apercebemos de alguns pormenores menos positivos
sobre o mesmo. A ilustração e disposição dos vários andares da casa, após um ou
dois jogos torna-se evidente, mas a impressão é um caos de ilustração escura
onde identificar as “portas” de cada divisão se torna um pequeno desafio. Um outro
problema que notamos, mais a nível de material é o facto que o tabuleiro,
devido à construção se deteriora nas dobras, as pequenas marcas brancas de
dobragem são bastante evidentes, acrescido que o próprio tabuleiro tem
tendência a não ficar plano na mesa.
As cartas de
personagem e de plano de ação não nos pareceram ser muito duráveis pelo que
colocamos sleeves protetoras para que as mesmas não se estraguem. As peças de
personagem (uma em cada cor tal como as cartas de personagem) são feitas de um
material bastante resistente, colocamo-las no local indicado. As peças de
zombie, revelaram-nos mais um pequeno problema, são bastante parecidas com as
peças de personagem, ambas mostram uma silhueta em preto, a diferença está em
que as de jogador têm uma borda colorida. Torna-se complicado, quando o
tabuleiro e a mesa estão cheios e num jogo com vários jogadores identificar de
quem é, e onde se encontra a peça de cada jogador.
Finalmente, terminado
o processo de preparação, iniciámos o jogo. O fluxo do jogo é bastante
frenético, raramente se tornando aborrecido, entre mudanças divisão e busca de
objetos, com uma ou outra referência ao manual para tirar uma dúvida e uns
ataques dos zombies, lá se terminaram dois jogos rapidamente. Com os planos de
ação na mesa, os jogadores dispersam-se pela casa à procura dos melhores
objetos, como os zombies apenas se movem para quartos adjacentes, isto
permitiu-nos “abusar” um pouco do jogo. Numa situação em particular, as
circunstâncias do plano de fuga e da localização dos objetos fizeram com que o
jogo terminasse em 15 minutos – o jogo tem maior profundidade (ou caos) quando
jogador com muitos jogadores, este caso verificou-se num jogo de dois
jogadores.
Um pormenor curioso do
jogo é o facto de que, quando um jogador fica infetado pela doença zombie, tem
5 turnos para escapar da mansão. Também conseguimos manipular esta mecânica de
forma a obter uma espécie de “imunidade” contra os zombies, tendo quase todos
os objetos que necessitamos, 5 turnos pode ser o suficiente para recolher o que
nos falta e nos lançarmos para o local de saída. Claro que, falhando durante
esses 5 turnos nos transformamos em zombie e aí, a única forma de ganhar o jogo
é conseguindo infetar os outros jogadores para vitória coletiva.
Apercebemo-nos que o tempo
que cada jogo demora varia consoante o tipo de jogador que se enfrenta,
jogadores mais ardilosos e conflituosos provavelmente se lançarão contra os
zombies para serem infetados rapidamente enquanto outros, tentarão sair da casa
sem sequer encontrar um único zombie pelo caminho.
Tudo depende das
opções de cada jogo e de cada um.
Tiramos particular
prazer de jogar como zombies, o fator descoberta dos objetos é uma mecânica
engraçada mas poder perseguir e “atormentar” os nossos adversários foi uma experiência
divertida e hilariante, sem dúvida inesperada.
O Turned é então, como
se define um jogo casual, para criar momentos de convívio ao invés de
competição extrema. Embora o jogo apresente algumas falhas na elaboração e
produção e, se nos debruçarmos sobre a mecânica presente, seja fácil encontrar
alguns “loopholes” que nos permitam abusar das regras do jogo a nosso favor, o
mesmo proporciona uma experiência alternativa, onde podemos ser o mau-da-fita,
o sobrevivente ou o tresloucado. Tanto os fãs de jogos simples e rápidos como
os entusiastas da temática vão adorar este jogo ligeiro.
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Autores | Runadrake |
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Diogo Silva
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